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Zimbabué: "Novo espírito de liberdade" antes das eleições

EFE | AP | AFP | Reuters
23 de julho de 2018

A uma semana das eleições gerais no Zimbabué, marcadas para 30 de julho, Presidente Mnangagwa segue com ligeira vantagem em relação ao rival Nelson Chamisa. Observadores destacam clima de liberdade na campanha.

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Foto: picture-alliance/dpa

As primeiras eleições no Zimbabué após 37 anos de governação do ex-Presidente Robert Mugabe marcam o início de uma nova era, sublinhou o ex-secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan.

De visita a Harare com os "Anciãos", um grupo de líderes mundiais que promove a paz e os direitos humanos, Annan afirmou que "o facto de a oposição estar a fazer campanha livremente e de, pela primeira vez em muitos anos, observadores internacionais, tal como 'Os Anciãos', serem convidados a vir ao país é um sinal de que um novo espírito de liberdade está no ar".

Zimbabué: "Novo espírito de liberdade" antes das eleições

Tons de discórdia

O Presidente zimbabueano, Emmerson Mnangagwa, disse ao grupo internacional que as campanhas dos presidenciáveis decorrem num ambiente pacífico.

"A maior parte dos partidos políticos foi criada em resultado de um espaço democrático aberto no Zimbabué", disse.

O Governo prometeu realizar eleições livres e justas. No entanto, a oposição acusa a Comissão Eleitoral de estar conivente com a União Nacional Africana do Zimbabué - Frente Patriótica (ZANU-PF), o partido no poder.

"A questão principal para nós é a segurança do boletim de voto e a impressão. Há um impasse nesse processo. Temos uma crise eleitoral decorrente de desacordos com nossos colegas da ZANU-PF e com o senhor Mnangagwa", afirmou Nelson Chamisa, o principal candidato da oposição, depois de um encontro com Kofi Annan.

Luta taco a taco

As eleições no Zimbabué deverão ser renhidas. Apenas três pontos percentuais separam Emmerson Mnangagwa, com 40% das intenções de voto, de Nelson Chamisa, candidato do Movimento pela Mudança Democrática (MDC), que tem 37%, segundo uma sondagem do Afrobarómetro realizada com 2.400 eleitores entre 25 de junho e 6 de julho.

Num comício no último sábado (21.07) na cidade de Bulawayo, Chamisa voltou a pedir acesso prévio aos boletins de voto.

"A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral [SADC] entende a nossa posição. Por isso, Angola enviou o seu ministro dos Negócios Estrangeiros para observar o que está acontecer aqui. Já dissemos que não queremos um boletim de voto falso. Queremos que seja genuíno e autêntico", disse a uma multidão de apoiantes. 

Simbabwe Wahlkampf Präsident Mnangagwa
Emmerson Mnangagwa lidera as sondagens com 40% das intenções de votoFoto: Reuters/P. Bulawayo

Para angariar mais votos na reta final da campanha, Emmerson Mnangagwa apelou num comício em Harare, no fim-de-semana à unidade.

O Presidente zimbabueano garantiu a posse de propriedades a agricultores brancos, contra a antiga política de Robert Mugabe de expropriação de terras de colonos. Na altura, a medida gerou uma crise económica sem precedentes. 

"Devemos parar de falar sobre quem possui uma propriedade em termos de cor. É criminoso pensar assim. Um agricultor, negro ou branco, é um agricultor zimbabueno", disse.

Mais de 5 milhões de eleitores zimbabueanos são chamados a escolher o novo Presidente, os membros do Parlamento e a composição das autarquias no próximo dia 30 de julho.

Apesar do golpe militar que forçou a sua renúncia em novembro passado, a sombra de Robert Mugabe paira nestas eleições. Zimbabueanos descontentes com a saída do ex-chefe de Estado do poder estão a apoiar candidatos da oposição que desafiam o ZANU-PF, o partido que o ex-Presidente ajudou a fundar e do qual foi destituído.