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11/09 foi acontecimento-chave para mídia online

Holger Hank (gh)15 de setembro de 2006

As primeiras imagens do 11 de setembro de 2001 foram fornecidas pela televisão. Quem queria saber mais, acessou a internet. O 11/09 marcou também o triunfo da internet como plataforma para novas formas de noticiário.

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Também os terroristas usam a internet como plataforma de comunicação

A rede terá um colapso? Mal acabaram de circular as primeiras notícias de Nova York e Washington, em 11 de setembro de 2001, houve uma corrida nunca antes vista dos usuários aos sites dos grandes serviços noticiosos. Fosse a CNN, BBC ou DW-WORLD – todos registraram em poucas horas mais acessos do que normalmente numa semana inteira.

Os ataques terroristas de 11 de setembro foram o primeiro acontecimento global que a opinião pública não só acompanhou pela TV, como usou em massa a internet como fonte de informação. Numa visão retrospectiva, a data foi um "acontecimento-chave para o jovem jornalismo online", concluiu um estudo da Universidade de Leipzig.

Este acontecimento-chave deixou suas marcas na internet. Ainda hoje, por exemplo, as páginas iniciais do 09/11/2001 podem ser vistas no site interactivepublishing.net. Os screenshots dos portais de notícias de todo o mundo retratam o dramatismo dos acontecimentos desse dia: as torres do World Trade Center em chamas dominam as primeiras páginas. Mas o noticiário em tempo real foi só o início. Ele logo seria completado com informações de fundo, cronologias, galerias de fotos e vídeos.

Mais perguntas do que respostas

Evidenciou-se que a mídia online oferece algo que o rádio e a TV não podem oferecer desta forma – na internet, os usuários podem selecionar ativamente o que querem ler. "Quero saber mais!": diante dos acontecimentos simplesmente inacreditáveis em New York e Washington, há cinco anos, este anseio foi atendido pelos serviços online.

Ou pelo menos eles passaram esta sensação, pois também os redatores de internet naturalmente não estavam melhor informados do que seus colegas das agências de notícias ou de rádio e TV. Afinal, apesar das transmissões mundiais ao vivo, inicialmente, as redações tinham mais perguntas do que respostas.

Este vácuo, no 11 de setembro, foi rapidamente preenchido na internet, ainda que não pelos meios de comunicação estabelecidos. Enquanto as emissoras de TV de todo o mundo repetiam sempre as mesmas imagens angustiantes e os webmasters dos grandes portais online providenciavam novos servidores, apareciam na rede os primeiros relatos de testemunhas oculares.

Nova-iorquinos que moravam próximo ao World Trade Center ou por acaso estavam no local descreveram o que viam, pensavam – ou simplesmente sentiam. Circulavam pedidos de socorro e boatos. Fóruns online transformaram-se em bolsas de notícias e livros virtuais de condolências.

Hora de ouro dos weblogs

Isso sempre existiu na internet. Mas foi na situação excepcional do 11 de setembro de 2001 que essas páginas privadas, muitas vezes em forma de diários, encontraram um público mundial, transformando-se elas próprias em objeto do noticiário. Desde então, fala-se com freqüência de um jornalismo civil, que vai muito além da "CNN.com & cia" na rede.

A expressão weblog define essas publicações eletrônicas, que surgem sem as condições de uma empresa de comunicação e que, acima de tudo, são subjetivas. É isso que as torna interessantes, mas também vulneráveis a críticas. Afinal, a internet também oferece uma plataforma a inúmeras teorias conspiratórias sobre o 11/09.

Mais de um bilhão de pessoas já têm acesso à internet. No mais tardar com o 11 de setembro, a World Wide Web se impôs como meio de comunicação de massa para a transmissão de notícias e informações. Mas a tragédia marcou também o momento em que os usuários deste meio se tornaram ativos. Talvez alguns jornalistas vejam nisso uma perda de poder; há muito as pessoas decidiram que querem ambos.

Holger Hank é diretor do departamento de Novas Mídias da Deutsche Welle.