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120 anos da descoberta do raio X

Fabian Schmidt (ca)8 de novembro de 2015

Em novembro de 1895, o cientista alemão Conrad Röntgen identificou uma radiação capaz de atravessar sólidos e radiografá-los completamente. Apesar dos perigos do raio X, avanço científico revolucionou diagnósticos.

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Foto: picture-alliance/prismaarchivo

No dia 8 de outubro de 1895, Conrad Röntgen, professor de física da Universidade de Würzburg, fazia experimentos com tubos catódicos em seu laboratório no Instituto Julius Maximilian. Na realidade, ele pretendia apenas observar os belos fenômenos luminosos.

De repente, ele percebeu que a alguma distância de seu experimento um vidro começou a brilhar, emitindo uma luz fluorescente. Röntgen foi pego de surpresa: o vidro estava mais distante do que a radiação do catodo poderia alcançar, e mesmo que ele posicionasse um papel carbono ou uma tábua entre o catodo e o vidro, este continuava a brilhar.

Röntgen havia descoberto uma radiação eletromagnética até então desconhecida. "Sua contribuição científica foi considerar aquilo algo incomum e dar continuidade às suas pesquisas", explica Roland Weigand, membro do Conselho de Curadores Röntgen de Würzburg, que reconstruiu com equipamentos da época os antigos locais de trabalho do físico, transformando-os num museu.

Durante seis semanas, Röntgen ficou trancado em seu laboratório e continuou as pesquisas.

Wilhelm Conrad Röntgen
Por sua descoberta, Wilhelm Conrad Röntgen recebeu Prêmio Nobel de Física em 1901Foto: picture-alliance/dpa

Revolução dos diagnósticos

À descoberta, Röntgen conferiu o nome de "raios X". Em alemão, a radiação passou a ser chamada, posteriormente, com o nome de seu descobridor: Röntgenstrahlung ou raios Röntgen.

Em 22 de dezembro de 1895, o cientista fez a primeira imagem de uma parte do corpo humano, a mão de uma mulher. Seis dias depois, ele apresentou os resultados da pesquisa no artigo Sobre uma nova espécie de radiação. Em 1901, ele recebeu o Prêmio Nobel de Física pela descoberta.

Os raios X mudaram o diagnóstico médico. Já na Primeira Guerra Mundial, a tecnologia era usada regularmente – não somente para lesões ósseas, mas também para o reconhecimento de doenças bacterianas, como a tuberculose.

A radiação descoberta por Röntgen também é importante para a indústria e o setor de segurança. Com ela, é possível olhar através de bagagens, analisar obras de arte, achados arqueológicos e fósseis, como também detectar defeitos materiais de componentes.

Symbolbild Lungenentzündung
Raio X também é utilizado para detectar doenças pulmonaresFoto: Fotolia

Consciência tardia de problemas da radiação

Até a década de 1950, médicos e físicos lidavam de forma bastante desprevenida com a radiação eletromagnética. Somente após a Segunda Guerra Mundial, o fato de o raio X ser ionizante, aumentando assim o risco de câncer, passou a ser levado a sério.

Hoje, os médicos limitam as radiografias ao absolutamente necessário. Além disso, novas tecnologias proporcionam um índice menor de radiação, como, por exemplo, a ressonância magnética.

Conrad Röntgen morreu em 1923, aos 77 anos, de câncer de intestino. O desenvolvimento da doença não estaria ligado aos seus experimentos. As doses de radiação a que esteve submetido eram muito baixas: a aparelhagem do cientista ainda não era potente.