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HistóriaAlemanha

1923: Novo governo na República de Weimar

Rachel Gessat (gh)12 de agosto de 2006

A 13 de agosto de 1923, num momento tumultuado da República de Weimar na Alemanha, Gustav Stresemann tomava posse como chanceler federal. Rebeliões de esquerda alternavam-se com tentativas de golpes de direita.

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O raciocínio calculista era mais do que necessário no momento tumultuado em que Gustav Stresemann assumiu o cargo de chefe de governo durante a República de Weimar. Rebeliões de esquerda alternavam-se com tentativas de golpes de direita.

Com a mesma frequência, sucediam-se as trocas de coalizões governamentais. Desde o começo de 1923, tropas francesas e belgas mantinham ocupadas a região industrial do Ruhr porque a Alemanha não pagava em dia as reparações por danos causados na Primeira Guerra Mundial. A resistência passiva da população causou um agravamento da crise econômica.

Quando Stresemann foi empossado, em agosto de 1923, a inflação atingia índices astronômicos, chegando o dólar a valer 4,2 bilhões de marcos.

Medida impopular

Uma das principais metas de Stresemann foi estabilizar a economia. Para tanto, era necessário encerrar a disputa pela região do Ruhr – uma medida inevitável, mas ao mesmo tempo impopular. Stresemann tentou durante muito tempo, sem sucesso, acertar com a França um fim de conflito "honroso para a Alemanha". Em setembro, percebendo que não havia mais margem para negociação, declarou o fim da resistência passiva. A imprensa direitista atacou-o violentamente, acusando-o de traição à pátria. Stresemann foi ameaçado de morte.

Diante dos assassinatos de Matthias Erzberger em 1921 e Walter Rathenau em 1922, é de se supor que não eram ameaças vazias. A extrema direita não perdoou Stresemann por haver mudado de corrente política e por defender um entendimento com o inimigo da Primeira Guerra Mundial. No entanto, justamente pelo fato de ser um direitista moderado, Stresemann conquistou forças burguesas de direita para a sua política.

Segundo o historiador Jost Dülffer, da Universidade de Colônia, "a esquerda democrática de Weimar era programaticamente a favor de um equilíbrio político. Mas isso eram social-democratas, liberais de esquerda, democratas alemães e políticos de centro. A participação do direitista Partido Popular Alemão nessa política só se tornou viável devido ao engajamento de seu líder Gustav Stresemann. Mais do que qualquer um de seus antecessores, ele conseguiu conquistar apoio para esta coalizão política interna".

Fim do isolamento político

A política de estabilização e equilíbrio implementada por Stresemann teve êxito. Em novembro de 1923, ele conseguiu derrubar a inflação. Através de vários acordos assinados por ele, o Império Alemão livrou-se de seu isolamento político internacional. Por seus esforços de reconciliação, o chanceler federal alemão receberia, junto com seu colega francês Aristide Briand, o Prêmio Nobel da Paz de 1926.

Stresemann, lamentavelmente, não conseguiu mais colher os frutos de seu trabalho como chefe de governo. Em novembro de 1923, foram apresentados ao Parlamento dois pedidos de votos de confiança contra ele: o primeiro, do Partido Social Democrata, e o segundo, do Partido Nacional Popular da Alemanha.

Atacado pela direita e pela esquerda, ele submeteu-se ao voto de confiança e perdeu a votação por 231 a 156 votos. Em 23 de novembro de 1923, apenas cem dias após sua posse, Gustav Stresemann renunciou ao cargo de chanceler federal.