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1933: Roosevelt assume presidência dos EUA com "New Deal"

No dia 4 de março de 1933, Franklin Delano Roosevelt tomou posse na presidência dos Estados Unidos, abalados pela Depressão. Uma de suas primeiras iniciativas foi o plano de recuperação econômica "New Deal".

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 Roosevelt (1940)
Foto: Everett Collection/picture alliance

No início da década de 30, a economia americana ainda sofria as consequências da Grande Depressão, iniciada com o colapso da Bolsa de Valores de Nova York em 1929. A estagnação econômica foi decisiva na sucessão presidencial de 1933, quando o candidato republicano à reeleição, Herbert Hoover, foi derrotado pelo democrata Franklin Delano Roosevelt.

Hoover não conseguira frear o processo de empobrecimento geral da população. A situação era crítica: 15 milhões de desempregados viviam da assistência social; milhões de agricultores se encontravam sem meios e endividados, e o sistema bancário estava arruinado. O Estado precisava urgentemente criar novos empregos.

Pacote de medidas

Assim que assumiu a presidência, em 4 de março de 1933, Roosevelt começou a implementar uma série de medidas que transformaram radicalmente o perfil social dos Estados Unidos. Pôs em prática um amplo plano de recuperação da economia chamado New Deal (Novo Acordo).

O programa, proposto por políticos progressistas, administradores e assessores do presidente, previa a intervenção do Estado na economia (o que era tabu nos EUA) e foi aprovado por uma maioria esmagadora do Congresso. Em caráter emergencial, o dólar foi desvalorizado em 50% e foram aprovadas leis para aliviar as dívidas dos agricultores e proprietários de imóveis. A Lei Agrícola de março de 1933 previa acabar com a produção de excedentes por meio de subsídios.

A Lei de Recuperação da Indústria Nacional, do mesmo ano, protegia os interesses dos empresários, mas também estabeleceu limites de produção e preços, determinou a jornada máxima de trabalho e criou o salário mínimo. Em dezembro de 1933, foi abolida a Lei Seca e normalizado o funcionamento da indústria de bebidas. Uma lei de 1935 regulamentou as relações trabalhistas, estabeleceu a liberdade de organização sindical e garantiu o direito de greve.

Segundo Robert E. Sherwood, autor do livro Roosevelt e Hopkins, no primeiro trimestre do programa de garantia de trabalho, que flanqueou as medidas de proteção social mínima, foram construídos ou restaurados 400 mil quilômetros de estradas, construídas 40 mil escolas e contratados 50 mil professores.

Foram ainda erguidos mais de 500 pequenos aeroportos, assim como praças e quadras esportivas em todo o país, e instalados mais de 3,5 milhões de metros de canalização de água e esgoto. Na habitação popular, uma nova agência estatal serviu de avalista em última instância para os financiamentos imobiliários, viabilizando um grande incentivo à construção civil.

Desemprego continuou sendo desafio

O primeiro New Deal (1933–35) conseguiu estancar a crise bancária e recuperar a confiança pública. A falência das agências de fomento do governo central, porém, tornou necessário um segundo Deal (1935–38). Nesta fase, foram aprovadas, entre outras, a lei de seguridade social, de agosto de 1935, que criou os seguros desemprego, invalidez e velhice, e garantiu aos trabalhadores o acesso à casa própria.

O Novo Acordo, porém, não conseguiu recuperar de vez os EUA da Grande Depressão. Segundo Paul Kennedy, autor de Ascensão e queda das grandes potências, o desemprego ainda atingia cerca de 10 milhões de pessoas em 1939. "Os vários esquemas do New Deal não foram suficientes para estimular a economia e aproveitar essa capacidade produtiva não utilizada", afirma.

A expressão New Deal, cunhada pelo juiz Samuel Rosenman, foi usada por Roosevelt em seu discurso de 1932, quando aceitou a indicação para concorrer à presidência. A verdadeira recuperação da economia dos EUA só viria durante a Segunda Guerra Mundial, com o aumento da produção de armas.