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A disputa por um ingresso para a Copa 2006

(ms)4 de maio de 2005

Conseguir um ingresso para assistir ao vivo um dos jogos da Copa 2006 depende basicamente da sorte. E quem não tem? Pode tentar comprar a entrada de algum sortudo?

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Quanto vale uma entrada para um jogo da Copa?Foto: dpa

A Copa do Mundo 2006 nem começou e já está causando polêmica. Pelo menos no que diz respeito à venda dos ingressos. O esquema de comercialização é bastante rígido e exige uma boa dose de sorte por parte do interessado. A venda antecipada é feita através de um sorteio, já que a procura é bem maior do que a oferta. Para participar, é preciso preencher um formulário com os dados pessoais.

O sortudo que conseguir um ingresso só poderá entrar no estádio de posse de sua identidade e do bilhete com seus dados. Teoricamente, pessoal e intransferível. O argumento é de que assim a segurança é bem maior, já que existe um controle sobre o público e também, de quebra, inviabiliza a revenda no mercado negro.

A preço de ouro

Mas, e se o contemplado não quiser ou puder assistir ao jogo? E se, de posse do ingresso, desejar passar adiante por um motivo qualquer? Azar o dele. Perde a entrada e o dinheiro não será restituído, já que a devolução está vetada.

WM Fußball Tickets und e-Bay Symbolbild
Um caminho para conseguir um ingresso?Foto: dpa/DW

Tal rigidez, entretanto, parece não se impor. Um usuário do portal de leilões eBay conseguiu revender dois ingressos para os jogos da Copa por 12.500 euros. Prova de que o desejo, em certos casos, não tem preço. O fato gerou controvérsia no país. A Federação Alemã de Futebol (DFB) condenou a venda e disse que os ingressos não terão validade, pois foram comercializados em nome do primeiro comprador.

Nenhum interesse

Depois de ter defendido o fim da revenda, o presidente do Comitê Organizador, Franz Beckenbauer, se viu obrigado a reconhecer que é praticamente impossível encontrar respaldo legal para impedir o leilão de ingressos via internet, embora considere esta tendência algo "muito infeliz". Os opositores alegam que a Fifa não tem qualquer interesse nisso, pois já terá embolsado o valor do ingresso, quer ele seja usado ou não. Além disso, a troca de dados demandaria um trabalho extra.

O governo alemão, por sua vez, prefere manter distância da discussão. Quem cuida disso é o pessoal do esporte, afirmou um porta-voz do Ministério do Interior, esquivando-se de qualquer compromisso. O curioso é que foi justamente este ministério que colaborou para a criação do ingresso atrelado aos dados pessoais em prol da segurança nos estádios durante a realização da Copa.

É meu e faço o que quero

Já o Departamento Federal de Proteção ao Consumidor diz que os organizadores são os que menos podem reclamar da situação, uma vez que a maioria dos ingressos foram destinados aos patrocinadores e a associações de futebol. "Quem garante que nestes casos os ingressos estão atrelados à pessoa?", questiona o porta-voz Carel Mohn.

Gostem os organizadores ou não, a realidade é que quem quiser revender seus ingressos terá a chance de fazê-lo na internet. "Não existe base legal para que vetemos o comércio em nosso site", afirmou o representante do eBay, Nerses Chopurian, lembrando ainda que "não existe na Alemanha nenhuma lei que impeça a revenda de ingressos".