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A escultura como ato político

Ute Pfeiffer
27 de maio de 2021

[Vídeo] Famoso parque de esculturas em Wuppertal, na Alemanha, abriga 20 peças de Joseph Beuys em homenagem ao centenário do artista alemão.

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Em Wuppertal, na Alemanha, está uma das maiores realizações do artista britânico Tony Cragg: a transformação de um terreno abandonado da cidade em um parque de esculturas. No parque, as obras de Cragg dialogam com as de outros artistas. Atualmente, 20 peças de Joseph Beuys estão expostas no local na mostra Movimento Perpétuo. Entre elas, Rosa para a Democracia e Capri-Batterie. "Beuys e muitos artistas da geração dele foram os primeiros a falar sobre meio ambiente e sobre a nossa relação com a natureza. Foram os primeiros a falar sobre como aceitamos os sistemas políticos, as ideias de hierarquia. E ao observar a arte dos dias de hoje vemos quantas plataformas de protesto se abriram desde então", comenta Cragg.

Para o britânico, a arte da escultura é sempre um ato político: "em um mundo que está empobrecendo e sendo destruído, a escultura é uma das únicas maneiras de produzir novas formas, linguagens, ideias e emoções. Acho que ela tem um papel muito importante. Enquanto a indústria mata tudo ao nosso redor, talvez nós acabemos nos autodestruindo como espécie. Mas eu acho que a arte tem a chance de abrir novas possibilidades.”

Tony Cragg conheceu Beuys pessoalmente em 1972, em Londres. "A primeira vez que o vi na Galeria White Chapel, lá estava ele com colete de pescador, chapéu...uma figura curiosa. Devo dizer que o inglês dele não era muito bom. E era um evento público, então as pessoas entravam no local e diziam: ‘Você é alemão, né? O que está fazendo aqui? Vocês bombardearam o nosso país!’. Mas Beuys realmente conseguia fisgar e puxar as pessoas para si. Ele não usava um colete de pescador à toa. Ele envolvia o público de uma forma muito humana", conta o britânico.