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A faxineira Suzan Jusufi, de Düsseldorf

27 de maio de 2010

Suzan Jusufi tem 40 anos e trabalha como faxineira 20 horas por semana. O salário de 500 euros não basta e a família conta ainda com a ajuda do Estado. Mas, dificuldades à parte, ela ama o seu trabalho.

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Suzan Jusufi mora em Düsseldorf e é faxineira. Seu trabalho começa no período da tarde, quando os funcionários públicos deixam aos poucos seus escritórios do prédio da prefeitura e vão para casa.

Todos os seus dias são muito bem planejados: as crianças vão à escola, a mãe vai às compras e depois prepara as refeições e arruma a casa. Tudo isso, antes de ir ao trabalho."Por sorte os meus filhos nunca hesitam em me ajudar quando retornam da escola. Eles me ajudam bastante com os afazeres da casa", conta Suzan.

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Suzan gostaria de poder trabalhar em período integralFoto: DW

Quando Suzan tinha dois anos de idade, a sua família se mudou para a Alemanha, deixando para sempre a Macedônia. Seus pais haviam saído em busca de trabalho. "Eu não me lembro desta época. A Macedônia é para mim apenas um lugar para passar as férias pois me lembro de ter ido muitas vezes com meus pais", relata.

Profissão dos sonhos: faxineira

Suzan se arruma para mais um dia de trabalho e possui um brilho todo especial nos olhos – o que mostra o quanto gosta do que faz. "Muitos não conseguem imaginar a profissão de faxineira como atividade principal. Eu penso diferente. Eu gosto muito deste trabalho", diz. "Mesmo que, na maior parte das vezes, eu trabalhe sozinha, sempre surgem oportunidades de conversar com pessoas simpáticas, em diferentes escritórios."

Depois que chega ao prédio administrativo da cidade de Düsseldorf, Suzan prepara o carrinho com que leva os produtos de limpeza por todo o edifício. Isso exige uma grande atenção. Ela reúne sacos de lixo, panos, vassouras e produtos químicos que serão usados na limpeza. "A preparação é muito importante. Se está tudo organizado, economizo muito tempo e não preciso correr toda hora ao depósito para buscar algo", explica.

A primeira coisa que Suzan faz é percorrer todos os escritórios e recolher os papéis das lixeiras. Todos a cumprimentam com simpatia. A faxineira já conhece todo mundo. Seu sorriso e bom humor contagiam.

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Primeiro, Suzan esvazia as lixeirasFoto: DW

Suzan é responsável pela limpeza de quatro andares do prédio e, para que tudo corra bem, ela segue um plano de trabalho. "Não passo aspirador de pó em todas as salas todos os dias. Cada dia da semana está reservado para um determinado número de escritórios", conta.

A ajuda do governo

O marido de Suzan está desempregado. E os 500 euros mensais que ela recebe pelo trabalho como faxineira não são suficientes para sustentar uma família de seis pessoas. Por isso, a família Jusufi recebe ajuda financeira do governo alemão.

Mesmo assim, o dinheiro é curto: é preciso fazer "das tripas coração". "Eu gostaria de trabalhar mais. Não me importo de faxinar oito horas por dia." Um sonho de Suzan é ser contratada para um trabalho em horário integral.

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A faxineira cuida sozinha de quatro andares de um prédioFoto: DW

A família unida

Um dos pilares fundamentais na vida da faxineira é sua família. Os Jusufi não deixam de seguir certos rituais diários: todas as noites, a família se reúne em volta da mesa, na hora do jantar, para escutar como foi o dia de cada um.

Depois do jantar, é a hora da oração. A família de Suzan é muçulmana e eles desejam que haja mais tolerância entre pessoas de diferentes credos. "Cada um deveria se abrir mais e tentar conhecer melhor as outras religiões. Assim, as pessoas poderiam, com certeza, se entender melhor e se aceitar mutuamente."

A faxineira vive isso na própria pele. Muitos de seus amigos em Düsseldorf provêm de culturas diferentes. Suzan vê nesta miscigenação um dos grandes enriquecimentos de sua vida.

Autora: Belma Fazlagic (br)
Revisão: Rodrigo Rimon