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A ordem é evitar lockdown, diz ministro da Saúde

3 de abril de 2021

No pior momento da epidemia, Queiroga afirma que país precisa fazer seu "dever de casa" e seguir recomendações de prevenção à covid-19, como uso de máscaras e distanciamento, "deixando medidas extremas para outro caso".

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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga
Queiroga participou de sua primeira reunião com o chefe da OMS neste sábadoFoto: Evaristo Sa/AFP

Enquanto o Brasil continua a registrar recordes de mortes por covid-19, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou neste sábado (03/04) que a "a ordem é evitar o lockdown" no país, mas para isso o país precisa fazer seu "dever de casa".

"Precisamos nos organizar para fazer com que evitemos medidas extremas e consigamos garantir que as pessoas continuem trabalhando, ganhando seu salário e renda, fazendo com que a economia funcione, deixando essas medidas extremas para outro caso. Evitar lockdown é a ordem, mas temos que fazer nosso dever de casa", disse o ministro em coletiva de imprensa.

Segundo Queiroga, esse dever é não só dos governos federal, estaduais e municipais, mas "de cada um dos cidadãos". Ele se referia a medidas de prevenção contra o avanço da covid-19, como o uso de máscaras e o distanciamento físico.

As declarações foram feitas após a primeira reunião do ministro com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, da qual também participou a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no Brasil, Socorro Gross.

Queiroga disse ainda que a pasta está trabalhando em um protocolo para orientar a população que usa o transporte público "a fazer isso de forma mais ordenada, a fim de evitar o fechamento de nossa economia". A intenção é evitar aglomerações, afirmou.

Por mais que resista à ideia de um lockdown, seguindo a postura do presidente Jair Bolsonaro, Queiroga defendeu a importância de medidas preventivas contra a covid-19, em contraste com o discurso do chefe de Estado, que durante a pandemia desprezou tais ações.

Neste sábado, o ministro fez um apelo para que a população use máscaras, higienize sempre as mãos, pratique o distanciamento social e evite aglomerações.

"Aproveito a oportunidade para, nessa época de Páscoa, solicitar a cada um dos brasileiros que use máscara. Aproveitem o feriado para não fazer aglomerações, é fundamental, assistimos muitas vezes a população fazendo festas, sem máscaras. Isso não é adequado, precisamos que cada um colabore", declarou Queiroga.

"Não é fácil a adesão da população. Por mais que a gente fale, vocês [jornalistas] falam todo dia na TV, e nós não conseguimos fazer com que a população tenha adesão a essas medidas que parecem simples, mas são eficientes", acrescentou.

"Somos contra o fecha tudo"

O isolamento social, o fechamento da economia e a restrição à circulação de pessoas são promovidos por autoridades internacionais de saúde como algumas das medidas mais eficientes de combate ao coronavírus, e vêm sendo implementados pela maioria dos governos mundo afora.

Contudo, na contramão do resto do mundo, Bolsonaro minimizou a gravidade da doença e atacou essas medidas restritivas ao longo da pandemia, preferindo, em vez disso, apostar em drogas que se comprovaram ineficazes contra o vírus, como a cloroquina.

Neste sábado, o presidente fez um passeio ao lado do novo ministro da Defesa, Walter Braga Netto, em que aparece sem máscara durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais. Em visita à Casa de Maria Beth Myriam, em Brasília, Bolsonaro comeu sopa e voltou a criticar regras impostas por governadores a favor do distanciamento. "Somos contra o fecha tudo."

O Brasil vive hoje o pior momento da epidemia de covid-19, com recordes sucessivos de mortes diárias e os hospitais em colapso. Na semana passada, o país chegou a registrar 3.869 óbitos em apenas 24 horas, o número mais alto desde o início da crise. Ao todo, mais de 330 mil pessoas morreram no país em decorrência da doença.

ek (ots)