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A parteira Doris Behrends, de Bad Salzungen

14 de abril de 2010

Ser parteira sempre foi seu sonho. Há mais de 30 anos, Doris Behrends ajuda crianças a nascer. Mesmo que já tenha vivenciado mais de mil partos, cada nova vida é para Doris como um milagre.

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Bad Salzungen é um lugar tranqüilo no Estado da Turíngia. A cidade tem pouco menos que 16 mil habitantes. Doris Behrends trabalha desde 1974 como parteira na clínica desde localidade.

Não há tédio na vida da parteira. Doris é uma mulher enérgica e está se "reciclando" – aromaterapia, homeopatia, acupuntura. Aos 59 anos, Doris freqüenta duas vezes por ano cursos de capacitação. Depois do expediente na clínica, ela faz visita a domicílio e leciona cursos de preparação para o parto e de ginástica pós-natal.

Há alguns anos, Doris criou dentro de sua própria casa uma sala para cursos. Quem ajudou a parteira nesta tarefa foi seu marido, que tem experiência com reformas.

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Doris e a lembrança do nascimento de um bebê. Presente para os paisFoto: DW

A maior motivação de Doris é o amor pela profissão. "Eu sinto, que as mulheres precisam desse apoio e agradecem por isso. Eu não me importo que o meu dia de trabalho tenha doze horas".

"O mais importante para mim são meus filhos"

Mesmo com uma longa jornada de trabalho, Doris sempre encontra tempo para a sua família. Ela é feliz pois todos os seus filhos moram em Bad Salzungen – pelo menos por enquanto, já que cada vez mais jovens deixam a cidade em busca de trabalho.

"Meus filhos têm uma importância imensa para mim. Eu gosto de tê-los à minha volta. Não tem um dia em que não nos vemos. Quando é possível, tomamos café da manhã, lanchamos, ou jantamos juntos".

A união da família sempre renovou em Doris a disposição para ousar novos rumos. Assim também foi há 20 anos quando caiu o muro de Berlim e a Alemanha foi reunificada: Doris teve medo de não poder mais excercer a sua profissão.

Depois da reunificação alemã, o índice de natalidade sofreu uma queda de dois terços.

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Acupuntura – Doris prepara a paciente para o partoFoto: DW

"Com a queda do muro de Berlim, veio uma nova chance"

No entanto, logo depois da reunificação da Alemanha, Doris tinha mais trabalho do que nos tempos em que a Alemanha era dividida. As mudanças na sociedade alemã abriram novas possibilidades, também para as parteiras.

"Houve uma mudança de pensamento.Os homems também queriam estar presentes no nascimento, as mulheres podiam ter seus filhos em uma cadeira de parto ou de cócoras. Também vieram os partos na água. E nós parteiras estávamos muito receptivas às novidades. Nós participamos de um quantidade enorme de cursos de reciclagem", relembra Doris.

Quase ao mesmo tempo em que houve a mudança política no país, a vida familiar de Doris também recomeçou: ela se casou pela segunda vez. Dessa vez, com um "wessi" – expressão alemã usada para denominar pessoas que vinham do oeste da Alemanha.

Deste segundo casamento, nasceu seu quarto filho: a menina Franziska. Assim, Doris chegou perto de alcançar seu sonho de ter cinco filhos. Hoje, aos 59 anos, ela já tem cinco netos. Para ela, as crianças são a maior alegria.

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Parteiras e médicos trabalham em estreita cooperaçãoFoto: DW

Parteira: mais que um trabalho

Quantos partos Doris já assistiu? "Já eram por volta de mil, há 30 anos", relembra. Nesta altura, ela parou de contar. Mesmo com a vasta experiência de trabalho, para Doris cada parto é especial.

"Não dá para chamar isso de trabalho. É cada vez uma experiência fantástica. É um milagre quando o bebê nasce e está tudo bem. Eles abrem os olhinhos, sentem, começam a sugar procurando a mama... É claro que existe a rotina, mas volta e meia, o sentimento toma conta", diz a parteira.

Doris é uma mulher forte, e por isso mesmo, às vezes, ela também derrama lágrimas na sala de parto.

Autor: Eugen Theise (aj)
Revisão: Bettina Riffel