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Acordos bilionários encerram visita de Merkel à China

31 de outubro de 2015

Em oitava visita, chanceler federal alemã pleiteia por maior cooperação econômica, principalmente na área da digitalização. Intercâmbio estudantil, direitos humanos e espionagem também estiveram na pauta da viagem.

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Foto: picture-alliance/dpa/Hao Yi/Beijing Youth Daily/China

Na conclusão de uma visita de dois dias à China, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, afirmou que o desenvolvimento da segunda maior economia do mundo está avançando "muito rapidamente. Nesta sexta-feira (30/10), Merkel acompanhou o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, à sua província natal Anhui, no leste da China, onde os dois chefes de governo presidiram a assinatura de 15 acordos comerciais.

Ambos discursaram em favor da continuação da cooperação intensa entre os dois países. Segundo Merkel, a cooperação econômica foi a questão mais importante de sua visita. Principalmente na área da digitalização, o leque de colaboração deve ser estendido. Além disso, Berlim e Pequim devem concluir um acordo que "proíbe a espionagem econômica". O acordo deve ser baseado em acertos prévios assinados pela China com os EUA e o Reino Unido.

Durante a visita de Merkel, empresas alemãs e chinesas assinaram cooperações bilionárias. Segundo informações passadas por membros da delegação alemã à agência de notícias dpa, os contratos assinados estão avaliados em 20 bilhões de euros. A Alemanha é o principal parceiro econômico da China na Europa – o comércio bilateral entre os dois países atingiu um recorde em 2014.

Além disso, companhias chinesas assinaram um acordo no valor de cerca de 17 bilhões de euros para a aquisição de 100 aviões A320, 30 do modelo A330 e mais 100 helicópteros do fabricante europeu Airbus.

Na cidade de Hefei, na província de Anhui, Merkel visitou um vilarejo para ver de perto os esforços chineses no combate à pobreza rural. Lá ela também visitou a Universidade de Hefei para celebrar os 30 anos de intercâmbio de estudantes com universidades alemãs, onde aproveitou para pleitear por programas que impulsionem a juventude e intercâmbios educacionais entre os dois países.

Mais tarde, ela se encontrou com líderes empresariais chineses e alemães. É a primeira vez que Li convidou um líder estrangeiro para visitar sua província natal, o que é considerado uma honra.

Deutschland China Merkel in Peking Studenten vor der Uni in Hefei
Estudantes da Universidade de Hefei recepcionam Angela Merkel, em evento que celebra 30 anos de intercâmbioFoto: picture-alliance/AP Images/J. Eisele

Em uma reunião com o presidente da China, Xi Jinping, na quinta-feira, o líder chinês instou que a Alemanha acelere as negociações sobre um tratado de investimento entre China e União Europeia (UE). A chanceler federal, por sua vez, comprometeu-se a impulsionar o comércio bilateral, a cooperação industrial e financeira e de participar do Banco Asiático de Investimento de Infraestrutura (Aiib), capitaneado pela China.

Também na quinta-feira, Merkel se reuniu com ativistas de direitos humanos, blogueiros e escritores. Os nomes dos participantes não foram divulgados. Assim como o conteúdo das conversas. Uma porta-voz afirmou que as questões dos direitos humanos também estiveram presentes em outros debates envolvendo a chanceler federal alemã na China.

A visita de Merkel ocorreu em meio de várias atividades diplomáticas recentes envolvendo Pequim, com a agência estatal de notícias Xinhua classificando como "lua de mel" a relação chinesa com a Europa. "A China se tornou uma palavra-chave na recente diplomacia europeia", afirmou o comunicado. "Um consenso em expandir cooperações pragmáticas com a China tem sido alcançado com muitos políticos práticos de lá [Europa]."

Merkel afirmou estar "muito contente" em saber que a recente visita de Xi ao Reino Unido havia sido tão frutífera. "Nós saudamos a competitividade, que é conducente para a promoção de negócios", disse. "Mas na Alemanha, nós não temos uma rainha", acrescentou, arrancando risos dos presentes.

PV/lusa/dpa/rtr/afp