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Acusados de agredir jovem até a morte em praça de Berlim vão a julgamento

Richard Fuchs (md)13 de maio de 2013

Crime, ocorrido num dos pontos mais movimentados da capital alemã, gerou controvérsia no país, com implicações políticas e sociais. Jonny K., de 20 anos, morreu ao ser espancado por seis jovens turco-alemães.

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Foto: picture-alliance/dpa

Um tribunal de Berlim começa nesta segunda-feira (13/05) a julgar os seis acusados de envolvimento na morte, há sete meses, do jovem Jonny K. – num caso que gerou um debate nacional, mobilizou políticos como o presidente Joachim Gauck e teve implicações até nas relações entre Alemanha e Turquia.

Filho de pai alemão e mãe tailandesa, Jonny K., que no último dia 7 de abril teria completado 21 anos, foi morto em 14 de outubro do ano passado. Ele foi severamente agredido na Alexanderplatz, em Berlim, e morreu um dia depois, em decorrência de uma hemorragia cerebral.

Jonny K. teria tentado proteger um amigo de ser espancado por um grupo de jovens, vindo, assim, a se tornar ele mesmo o alvo do ataque. Os supostos agressores, um grupo de jovens turco-alemães, teriam chutado diversas vezes Jonny K., golpeando a cabeça do rapaz, mesmo quando ele já estava deitado, imóvel, no chão, segundo testemunhas.

Debate sobre segurança pública

Os seis réus que começam a ser julgados nesta segunda-feira tem entre 19 e 24 anos de idade. Esse é um caso que traz também um certo caráter político, sobretudo para as relações turco-alemãs, já que os dois principais suspeitos fugiram para a Turquia logo depois do crime.

O ataque brutal ocorreu à noite numa das praças mais movimentadas da capital alemã, provocando um debate nacional sobre a violência e segurança em locais públicos, nos quais se envolveram tanto Gauck como o prefeito de Berlim, Klaus Wowereit, e o secretário de Segurança de Berlim, Frank Henkel. O fato de os seis suspeitos serem todos jovens de origem turca foi outro fator que levantou discussões.

Sicherheitsdienst U-Bahn
Ataque contra Jonny K., em plena Alexanderplatz, levantou dúvidas sobre condições de segurançaFoto: picture-alliance/dpa

A fuga do principal suspeito, Onur U., levou a chanceler alemã, Angela Merkel, a pedir ao primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, um apoio "ativo" na procura do fugitivo. Após vários meses, o jovem de 19 anos se entregou à polícia berlinense no início de abril. Um mês antes, seu suposto cúmplice, Bilal K., havia voltado voluntariamente a Berlim, também se apresentando à polícia. Os outros quatro acusados ​​foram presos em Berlim nas semanas imediatamente posteriores ao crime e estão presos desde então.

Processos na Alemanha e na Turquia

Cinco dos seis réus julgados em Berlim são acusados de "lesão corporal grave", enquanto o suposto autor principal, Onur U., é acusado de "lesão grave seguida de morte". Ele também foi indiciado na Turquia por "homicídio doloso".

Mordfall Jonny K. Trauerfeier
Crime comoveu opinião pública alemãFoto: picture-alliance/dpa

Para ajudar a superar a dor da perda, a irmã de Jonny K. fundou a associação "I am Jonny", que luta por uma Berlim mais tolerante e sem violência. "Somos pessoas que querem uma Berlim segura, onde não tenhamos que ter medo quando amigos, parentes ou nossos filhos estão lá fora", escreve a irmã mais velha da vítima, no texto de apresentação da entidade.

Ela faz palestras sobre prevenção de violência em escolas e jardins de infância. Sua contribuição foi honrada em novembro de 2012 com o prêmio Bambi, oferecido por um grupo de mídia alemão. Um dos pontos altos das atividades da sua associação foi o 7 de abril deste ano, o aniversário de 21 anos de Jonny.