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AfD pleiteia fim do Parlamento Europeu e saída alemã da UE

13 de janeiro de 2019

Ultradireitistas alemães declaram órgão legislativo da União Europeia supérfluo e antidemocrático – ao mesmo tempo em que se preparam para concorrer em maio a mandatos em Estrasburgo. "Dexit" também é cogitado.

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Esboço do programa eleitoral da AfD para Parlamento Europeu
Esboço do programa eleitoral da AfD para Parlamento EuropeuFoto: picture-alliance/dpa/M. Skolimowska

Durante comício sobre seu programa para as eleições europeias, na cidade de Riesa, Saxônia, neste domingo (13/01), o partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) apelou justamente pelo fim do Parlamento Europeu, tachando-o de "supérfluo" e "antidemocrático", com seus "atuais 751 deputados privilegiados".

A frase constará do programa da AfD para o pleito europeu de maio, em que concorre a mandatos no órgão legislativo da União Europeia. "Vemos a competência legislativa exclusivamente com os Estados-nações", prossegue o esboço. Caso suas reivindicações não sejam atendidas, "em tempo hábil", afirma, a alternativa seria a Alemanha abandonar a UE – um "Dexit", portanto.

Antes, fora descartada a formulação proposta pela comissão de programa, de que o Parlamento em Estrasburgo se transformasse numa "Assembleia Europeia", com um máximo de 100 delegados dos países-membros. Igualmente rejeitada foi a moção para que o "Dexit" já passasse a ser acionado a partir de 2024.

Presidentes da AfD, Jörg Meuthen (esq.) e Alexander Gauland
Presidentes da AfD, Jörg Meuthen (esq.) e Alexander GaulandFoto: picture-alliance/dpa/M. Skolimowska

Ambos os presidentes do grupo nacionalista, Jörg Meuthen e Alexander Gauland, defenderam uma formulação mais branda. "Nós precisamos de mais tempo", comentou Meuthen, que também é o principal candidato da AfD para as eleições do Parlamento Europeu.

Gauland igualmente desaconselhou citar-se um prazo concreto para um "Dexit", argumentando que, caso o divórcio do Reino Unido, no fim de março, acarrete turbulências de curto prazo e desvantagens econômicas temporárias, isso poderá influenciar também o eleitorado da Alemanha.

Na opinião do líder populista de direita, atualmente são boas as chances para o retrocesso da UE a uma comunidade puramente econômica. No entanto será necessário mais do que uma legislatura.

"Não precisamos abolir a UE, mas sim trazer de volta seu cerne sensato", argumentou Gauland, acrescentando que outros grupos etno-nacionalistas como o Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ) e a Liga, da Itália, são "parceiros" da AfD e a apoiariam. Ambos integram os governos de coalizão em seus respectivos países.

A AfD foi fundada em 2013 como legenda eurocética, pleiteando a saída da Alemanha da zona do euro, mas desde então passou a ser dominada por interesses anti-imigração e islamofóbicos, crescendo rapidamente em popularidade para se tornar o maior grupo de oposição no Bundestag, o parlamento alemão.

AV/afp/dpa

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