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Mais uma década

22 de dezembro de 2007

O presidente Hamid Karzai anunciou que a ajuda alemã será necessária pelo menos nos próximos dez anos e defendeu o engajamento do país diante de críticas da comunidade internacional. Sarkozy visita tropas francesas.

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Karzai critica falta de controle sobre áreas fronteiriçasFoto: DW

O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, anunciou que a ajuda alemã será necessária pelo menos nos próximos dez anos para manter a paz e a restaurar a infra-estrutura básica em seu país.

Em entrevista ao tablóide alemão Bild nesta sexta-feira (21/12), Karzai pediu paciência à Alemanha em sua contribuição à missão de paz. "Precisamos de mais tempo. A reconstrução demorará mais do que previmos. Receio que levará, no mínimo, outros dez anos", afirmou.

A Alemanha está fortemente envolvida com a força internacional liderada pela Otan no Afeganistão (Isaf) desde 2002, com cerca de 3 mil tropas estacionadas no norte do país, em grande parte responsáveis por projetos de reconstrução civil e de manutenção da paz.

Alemanha beneficia a si própria

Segundo Karzai, a Alemanha será enormemente beneficiada por seu engajamento. "Quando as pessoas no Afeganistão puderem tomar conta de si próprias, isso trará segurança à Alemanha e à Europa", disse. "Nos lugares em que terroristas ou vizinhos dão as direções, isso significa um desastre mesmo para a Alemanha. O povo afegão tem nas mãos tanto a segurança de seu país quanto a alemã."

Karzai também defendeu a Alemanha das críticas de que participaria muito pouco da missão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em seu país. Apesar de ter fornecido seis aviões de reconhecimento para operar nas conflituosas regiões ao sul do país, a Alemanha se ocupa do treinamento de policiais para que, a longo prazo, o país possa assumir sua própria segurança. No entanto, seu envolvimento está sendo criticado por falta de fundos e de planejamento adequado.

"Posso testemunhar pessoalmente quão valiosa é a ajuda alemã", disse o presidente afegão, acrescentando que a Alemanha esteve ao lado do Afeganistão "quando ninguém quis nos ajudar".

Por outro lado, Karzai acusou a comunidade internacional de não ter se preocupado o suficiente com as áreas fora do Afeganistão "para onde se retiram talibãs e terroristas". Segundo ele, este é o maior problema da segurança no país.

Sarkozy garante apoio a longo prazo

Neste sábado (22/12), o presidente francês Nicolas Sarkozy se encontrou com o presidente Karzai, em sua primeira visita às tropas francesas estacionadas no país desde que assumiu o cargo em maio último.

Sarkozy salientou que a comunidade internacional não pode permitir que o Afeganistão caia novamente nas mãos do Talibã e não negou a possibilidade de enviar reforço às tropas, anunciando que uma decisão a esse respeito será tomada nas próximas semanas.

A França participa da Isaf com 1,3 mil soldados, cuja grande maioria permanece estacionada na capital Cabul, tida comparativamente como pacífica, e em seus arredores.

Também a França enviou seis aviões para operações no sul do país e, assim como a Alemanha, se recusa a enviar soldados ao sul e ao leste, onde tropas americanas, britânicas e canadenses combatem o Talibã quase diriamente. (rw/rr)