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Agência europeia diz que glifosato não é cancerígeno

13 de novembro de 2015

Contrariando OMS, Autoridade Europeia de Segurança Alimentar avalia como improvável risco de câncer devido à substância e recomenda renovação de licença de herbicida na Europa. Ativistas condenam estudo.

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Glifosato é principal ingrediente ativo do herbicida RoundupFoto: picture-alliance/AP Photo/J. Roberson

A Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (Efsa) anunciou nesta quinta-feira (12/11) que considera pouco provável que o herbicida mais utilizado do mundo, o glifosato, seja cancerígeno, mas propôs limites na quantidade de uso do produto para o consumo seguro.

A Efsa recomendou ainda que a União Europeia (UE) aprove a renovação da licença da substância por mais dez anos. A Comissão Europeia tem até meados de 2016 para decidir sobre futuro do herbicida.

A agência disse que realizou uma análise profunda e considerou as conclusões da Organização Mundial de Saúde (OMS) que classificou o herbicida como cancerígeno.

"Esse foi um processo exaustivo, uma avaliação completa, que levou em conta a riqueza de novos estudos e dados. No que diz respeito à carcinogenicidade, é pouco provável que essa substância seja cancerígena", afirmou o diretor da unidade de pesticidas da Efsa, Jose Tarazona.

A Efsa propôs, no entanto, um limite de segurança para o consumo diário de no máximo 0,5 miligramas por quilo de peso corporal. Ou seja, uma pessoa que pesa 80 quilos pode ingerir alimentos que contenham no máximo 40 miligramas de resíduos de glifosato por dia.

Para justificar a diferença de avaliação, os pesquisadores da Efsa afirmaram que consideraram apenas o glifosato, enquanto o estudo da OMS avaliou grupos de químicos relacionados e, por isso, os efeitos tóxicos poderiam ter relação a outros constituintes.

Em março, a Agência Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (Iarc) da OMS considerou como cancerígenos possível ou provável cinco pesticidas, entre eles o glifosato.

Ativistas criticaram a avaliação da agência europeia e acusaram a UE de ceder a pressão das multinacionais de agricultura. O Greenpeace chamou o estudo de farsa. "A Efsa desafiou a maior autoridade de câncer do mundo", afirmou a diretora de política alimentar europeia da ONG, Franziska Achterberg.

A Monsanto detém metade do mercado mundial dessa substância, principal ingrediente ativo do herbicida Roundup. Seu uso foi liberado pela primeira vez em 1974 na Malásia e no Reino Unido. Em 1978, o produto passou a ser vendido no Brasil e, em 1984, passou a ser fabricado no país. Outras empresas como a Syngenta, BASF, Bayer e Dow também possuem produtos a base de glifosato.

CN/rtr/afp/dpa