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Impasse nas Malvinas

23 de fevereiro de 2010

Chefes de 32 países latino-americanos e caribenhos reunidos no México assinaram documento de apoio ao governo argentino. Para Reino Unido, país está no direito de explorar petróleo na região das Malvinas.

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Plataforma a caminho das MalvinasFoto: AP

Argentina ganhou apoio de líderes latino-americanos e caribenhos no impasse com o Reino Unido em relação à exploração de petróleo na região das Ilhas Malvinas.

No último dia da Cúpula da América Latina e Caribe, nesta terça-feira (23/02) no México, os 32 chefes de Estado e governo do chamado Grupo do Rio assinaram documento em que manifestam seu apoio ao governo de Cristina Kirchner.

O governo argentino defende que a exploração de petróleo pelo Reino Unido no Atlântico Sul representa uma violação das disposições das Nações Unidas. Em comunicado, a companhia britânica Desire Petroleum anunciou, nesta segunda-feira, que as perfurações já começaram.

As Ilhas Malvinas – ou Ilhas Falklands – ficam na costa argentina e fazem parte do território ultramarino britânico. A região já foi alvo de disputa armada entre os países, em 1982.

Cristina Fernandez de Kirchner
Kirchner não aceita posição do governo britânicoFoto: AP

Nada de extraordinário

Segundo a assessoria de imprensa do Ministério de Relações Exteriores do Reino Unido, a posição do governo em Londres permanece a defendida pelo chefe da pasta, David Miliband, no Parlamento britânico em 18 de fevereiro último.

Na ocasião, Miliband relativizou a importância do caso, dizendo que a exploração de petróleo na região das Ilhas Falklands "não é nada fora do comum". Segundo o ministro, os trabalhos no local estão sendo conduzidos de acordo com a lei internacional.

O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, também falou sobre o assunto numa entrevista de rádio na última quinta-feira (18/02). "Essa é uma perfuração para exploração futura. Está perfeitamente dentro dos nossos direitos e eu acredito que os argentinos entendem isso."

Sobre a possibilidade de um novo conflito armado, como o ocorrido em 1982, Gordon Brown disse na entrevista que acredita numa discussão sensata sobre o assunto. Mas ressaltou: "Nós temos cuidado de todos os preparativos necessários para ter certeza de que as Ilhas Falklands sejam protegidas propriamente."

Chris Bryant, secretário de Estado para Europa e América Latina no Ministério britânico de Relações Exteriores, declarou que o Reino Unido reconhece a soberania das Ilhas Falklands. "Nós estamos acompanhando a situação de perto, mas vamos reagir a cada acontecimento na Argentina. Nós continuamos focados em apoiar o governo local em desenvolver negócios em seu território."

Argentinien Denkmal Falkland Krieg
Monumento lembra o conflito de 1982Foto: AP

Repartir o petróleo

Para Chris Brown, especialista em relações internacionais da London School of Economics, não há nada de novo na questão. "É esperado há anos que o governo do Reino Unido seguisse com a exploração. Isso sempre ficou implícito".

Segundo o especialista, é correto que a Argentina busque apoio diplomático dos países vizinhos, mas alerta: "Os países da região não devem oferecer nada a mais que isso".

Chris Brown classificou de "estúpida" uma possível reação armada do governo argentino. "Seria interessante se o Reino Unido buscasse negociar com o governo argentino como, por exemplo, avaliar uma divisão do que for explorado na região", sugere Brown.

Autora: Nádia Pontes

Revisão: Carlos Albuquerque