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Luto

31 de julho de 2010

Uma semana após a tragédia da Love Parade, milhares de pessoas homenageiam em Duisburg os 21 mortos durante um pânico em massa ocorrido no evento.

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Foto: AP

Os sinos de todas as igrejas de Duisburg soaram ao mesmo tempo e as bandeiras foram hasteadas a meio mastro em uma cidade que deu neste sábado (31/7) o último e emocionado adeus às 21 vítimas fatais da tragédia ocorrida exatamente uma semana antes, durante o festival de música techno Love Parade.

A chefe de governo Angela Merkel interrompeu suas férias para poder estar presente na cerimônia oficial de luto, celebrada na igreja Salvatorkirche de Duisburg, o principal templo luterano da cidade.

Loveparade Duisburg Trauerfeier
Lammert, Merkel, primeira-dama e presidente Wulff, e a governadora Kraft (da esq.)Foto: picture alliance/dpa

Junto a ela, visivelmente emocionados, estiveram na missa ecumênica o presidente alemão, Christian Wulff, o presidente do Bundestag (Parlamento alemão), Norbert Lammert, e Hannelore Kraft, recém-eleita chefe de governo do estado da Renânia do Norte-Westfália – ao qual pertence a cidade de Duisburg – além do ministro de Relações Exteriores, Guido Westerwelle.

Para pastor, Love Parade tornou-se "baile da morte"

Na igreja, só puderam entrar cerca de 500 pessoas, unicamente parentes e amigos das vítimas, representantes da política e da sociedade alemã, agentes de segurança, serviços médicos e membros da imprensa.

Dezenas de milhares de cidadãos tiveram que acompanhar o culto a partir dos telões colocados em outras 14 igrejas da cidade, assim como no estádio de futebol do clube MSV Duisburg, onde houve uma afluência de público muito menor do que o esperado. Outros viram a cerimônia em transmissões ao vivo pelas TVs estatais alemãs e por outras cadeias privadas.

Loveparade Duisburg Trauerfeier
Homenagem às vítimas no local da tragédiaFoto: AP

"Em uma festa em que reinava a vontade de viver, a morte nos mostrou a pior de suas faces", disse, em seu sermão, o pastor Nikolaus Schneider. O religioso afirmou também que a Love Parade se transformou em um "baile da morte". "Mas a vida que Deus nos presenteia é mais forte", completou.

No altar, havia uma vela e um livro de condolências trazidos do lugar em que aconteceu a tragédia. Outras 21 velas foram depositadas e acesas na igreja por alguns dos membros dos serviços médicos, da Cruz Vermelha e das forças de resgate que trabalharm durante a catástrofe.

Governadora fez discurso emocionado e cortejo encerrou celebrações

A cada dia que passa, o túnel em que se realizou a Love Parade se assemelha cada vez mais a um mar de cartas e velas. Para lá peregrinaram, após o culto ecumênico, milhares de pessoas em passeata, para render uma última homenagem aos mais de 500 feridos na avalanche humana e aos 21 mortos, pisoteados e asfixiados pela multidão durante uma situação de pânico.

Ao final da cerimônia religiosa de 45 minutos, a governadora Hannelore Kraft, única representante política que tomou a palavra, fez um discurso emocionado. "Garantir a segurança é nossa responsabilidade", disse ela com a voz embargada e lágrimas nos olhos.

Loveparade Duisburg Trauerfeier
Cruz no estádio do Duisburg lembra as vítimasFoto: picture alliance/dpa

"Há muitas perguntas e, entretanto, temos poucas respostas", prosseguiu. A política social-democrata lamentou a morte dos jovens "que tinham todo o futuro pela frente" e prometeu se engajar pelo esclarecimento da tragédia.

O prefeito de Duisburg, Adolf Sauerland, tido como um dos responsáveis politicamente pelo incidente, não compareceu à cerimônia. O político democrata-cristão descarta renunciar ao cargo, apesar das severas críticas que vem sofrendo não só dos cidadãos e da mídia, como também de políticos de seu próprio partido.

Sauerland é acusado de ter ignorado avisos prévios de especialistas responsáveis por planejamento e segurança, de que Duisburg não teria áreas disponíveis para suportar um evento do porte da Love Parade, com mais de um milhão de participantes.

Autor: MD/dpa/rtrs

Revisão: Roselaine Wandscheer