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Proteção do clima

8 de dezembro de 2007

ONG alemã Germanwatch avalia medidas de proteção do clima dos 56 países responsáveis por 90% das emissões mundiais de CO2. Alemanha assume a vice-liderança mundial e Brasil fica atrás da Índia no ranking.

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Usina de bioenergia em Jühnde, na Baixa Saxônia: primeiro povoado da Alemanha que usa só bioenergiaFoto: AP

Na Conferência do Clima em andamento em Bali, a Índia, a China e o Brasil desempenham um papel decisivo nas discussões sobre o desenvolvimento futuro das emissões mundiais de gases do efeito estufa.

Um levantamento feito pela organização ambientalista alemã Germanwatch mostra que, em termos de emissões de dióxido de carbono (CO2) e de políticas de proteção do clima, há enormes diferenças entre os "três grandes países emergentes".

A Germanwatch avalia anualmente o que os 56 Estados responsáveis por 90% das emissões globais de CO2 fazem para proteger o clima. No ranking deste ano, a Índia aparece em 5° lugar, o Brasil em 8° e a China na 40ª posição.

O chamado "índice de proteção do clima 2008" não considera apenas o volume das emissões de CO2 e a redução já atingida. Ela se constitui de três componentes: a tendência das emissões (com peso de 50%), o nível atual das emissões de CO2 (30%) e a política para o clima (20%).

Os números da Germanwatch evidenciam porque a Índia supera de longe o Brasil, e o maior país sul-americano, por sua vez, ganha disparado da China. As emissões per capita de CO2 da Índia foram de 1,05 tonelada em 2005. Desde então, as emissões aumentaram menos do que a população do país.

Também o Brasil, com 1,8 tonelada de CO2 per capita anual, ainda se encontra bem abaixo da média global de 4,22 toneladas. Já a China, nos últimos anos, se aproximou cada vez mais da média mundial. Cada um dos 1,3 bilhão de chineses respondeu pela emissão de 3,9 toneladas de CO2 em 2005.

Os "menos piores"

A Alemanha aparece na vice-liderança mundial no ranking da Germanwatch. O país conseguiu saltar do 4° lugar em 2006 para o 2° lugar e obteve 64,5 dos 100 pontos possíveis – apenas um ponto atrás da líder Suécia.

Mas isso significa apenas que esses dois países são os "menos piores" na defesa do clima. "Se a proteção do clima fosse uma Olimpíada, nenhum país seria vencedor", afirma a Germanwatch.

Especialmente nos dez países responsáveis por 60% das emissões de gases do efeito estufa o quadro é alarmante. Além da China, também os EUA, a Rússia, o Japão, o Canadá, a Itália e a Coréia do Sul ocupam posições entre o 40° e último lugar (o 56° é ocupado pela Arábia Saudita).

"Todos os países industrializados fazem muito pouco pela proteção do clima", dizem os ambientalistas. A avaliação da Germanwatch baseou-se em estatísticas da Agência Internacional de Energia.

Um dado surpreendente é que os primeiros lugares não são ocupados apenas por países altamente desenvolvidos, como a Suécia (1°), a Alemanha (2°) e a Islândia (3°), mas também por países como o México(4°), a Índia (5°) e o Brasil (8°).

Papel de liderança da Alemanha

O 2° lugar da Alemanha deve-se principalmente à boa nota obtida pelo país por sua política climática (95 dos 100 pontos) – um resultado bem melhor do que o dos dez maiores poluidores.

"A Alemanha desempenha há anos um papel importante na proteção do clima, o que favorece o país na avaliação", diz o estudo da Germanwatch. O governo alemão anunciou esta semana um pacote de medidas na área de energia e clima para reduzir em 40% até 2020 as emissões de C02, partindo dos níveis registrados em 1990. O Greenpeace, no entanto, duvida que esta meta seja alcançada.

Os peritos da Germanwatch advertem que não há motivos para os países melhor colocados relaxarem. "Mesmo se todos os Estados agissem como os melhor colocados, os esforços não seriam suficientes para evitar uma perigosa mudança climática."

O estudo também deixa claro que grande parte da redução das emissões de CO2 alcançada até agora de deve à derrocada do bloco comunista e ao desaparecimento de sua indústria poluente.

Isso teve um efeito positivo também para a Alemanha. Sem a deindustrialização do Leste, desde 1990, a meta de reduzir as emissões em 40% até 2020 seria completamente utópica, conclui a Germanwatch. (gh)

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