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Alemanha deve acolher 1,5 mil migrantes que estão na Grécia

15 de setembro de 2020

Merkel teria aceitado proposta, ainda a ser aprovada por coalizão de governo. Medida beneficiaria cerca de 400 famílias com crianças. Berlim já se dispusera a receber cerca de 150 menores de campo destruído por incêndio.

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Mulher com crianças sentados em terreno arenoso
Migrantes à beira de estrada nos arredores de campo de refugiados grego destruído pelo fogoFoto: picture-alliance/dpa/S. Baltagiannis

A chanceler federal alemã, Angela Merkel e o ministro do Interior alemão, Horst Seehofer, concordaram que a Alemanha receba cerca de 1,5 mil migrantes que estão nas ilhas gregas, segundo informação baseada em fontes internas do governo alemão e divulgada nesta terça-feira (15/09) pela agência de notícias DPA e pela imprensa alemã.

De acordo com a DPA, a medida beneficiará cerca de 400 famílias com crianças que já tiveram pedido de refúgio autorizado pela Grécia. Apenas parte delas estava vivendo no campo de refugiados de Moria na ilha grega de Lesbos, destruído por um incêndio na semana passada.

Segundo a DPA, a proposta já foi discutida com o governo grego. Segundo a agência Reuters, Seehofer propôs o plano, e Merkel o aprovou.

A decisão de acolher mais migrantes na Alemanha ocorre em meio à crescente pressão pública por uma maior ação alemã, depois que um incêndio no campo de refugiados de Moria, deixou mais de cerca de 12 mil pessoas sem abrigo na semana passada.

Em uma resposta inicial, a Alemanha disse que aceita receber entre 100 e 150 menores desacompanhados como parte de uma iniciativa europeia conjunta.

O mais novo plano também incluirá migrantes detidos em outras partes da Grécia, e não apenas os que vêm de Lesbos e Moria, segundo fontes em Berlim, que observaram que este foi um ponto vital para o governo grego.

Integrantes do governo de coalizão da Alemanha pretendem chegar a um acordo até esta quarta-feira sobre quantas pessoas devem ser acolhidas adicionalmente da Grécia, além dos menores desacompanhados.

Na segunda-feira, Merkel enfatizou que o acordo deveria abordar não somente o número de migrantes que a Alemanha deveria aceitar, mas também um plano para o estabelecimento de instalações para receber migrantes e refugiados em Lesbos, com a União Europeia supervisionando o financiamento e a gestão dos esforços.

Diante da dramática situação dos migrantes em Lesbos a agência das Nações Unidas para refugiados (Acnur) apelou à União Europeia para que agisse. A situação na ilha é uma "emergência humanitária, que exige uma ação rápida dos Estados europeus em conjunto com a Grécia", disse Frank Remus, representante da Acnur, aos jornais do grupo alemão Funke Mediengruppe. "A situação em Moria era escandalosa, e o campo em si, uma vergonha para a Europa, incompatível com os valores europeus."

Cinco migrantes foram detidos no âmbito da investigação do incêndio no campo de Moria e um sexto suspeito identificado está foragido, declarou nesta terça-feira o ministro grego da Proteção Civil, Michalis Chrysohoidis.

MD/dpa/rtr