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Fim da crise?

15 de outubro de 2009

Principais institutos econômicos que assessoram o governo preveem retomada do crescimento do PIB já no próximo ano. No entanto, economistas advertem contra otimismo excessivo e exigem que novo governo reduza custos.

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Exportação alemã foi especialmente afetada pela criseFoto: dpa

A Alemanha deverá sair da crise financeira em 2010, segundo o prognóstico dos principais institutos de pesquisa econômica que assessoram o governo, apresentado nesta quinta-feira (15/10) em Berlim. O Produto Interno Bruto (PIB) alemão deverá registrar no próximo ano um crescimento de 1,2%, baseado em um crescimento negativo de 5% no ano corrente.

No entanto, Roland Döhrn, do Instituto Renano-Vestfálico de Pesquisa Econômica (RWI, no alemão), adverte contra um otimismo excessivo. "A recuperação não deverá ser duradoura. Por mais que haja sinais de melhora nas exportações alemãs, que foram especialmente afetadas pela crise, ainda há obstáculos consideráveis ao rápido crescimento", explica.

O principal deles são as perspectivas globais de crescimento econômico, moderadas em comparação à de países emergentes e asiáticos, nos quais a situação melhorou notavelmente. A Alemanha, no entanto, pouco tem a lucrar com essas regiões, uma vez que mais de três quartos de suas exportações são destinadas aos Estados Unidos e à União Europeia.

Novo governo deveria cortar subvenções

A taxa de desemprego na Alemanha deverá ultrapassar a marca dos 4 milhões em 2010, devido ao fim dos programas de jornada de trabalho reduzida. Isso deverá ter consequências para o orçamento público, podendo elevar o endividamento do país em 127 bilhões de euros em 2010 e fazer com esse déficit ultrapasse a marca de 5% do PIB.

Os principais institutos alemães de economia alertam que a nova coalizão de governo terá pouca margem de ação. "A princípio, é louvável que o Estado procure aliviar os encargos do cidadão. Isso promove o crescimento econômico e aumenta o incentivo ao trabalho, podendo também reduzir os custos trabalhistas e aumentar a concorrência", explica Kai Carstensen, do instituto Ifo de Munique. "Mas esse alívio precisa ser financiado, o que não pode ser feito através de empréstimos", conclui.

Os institutos recomendam liberais e conservadores, que compõem a futura coalizão de governo alemã, a economizar. A redução do déficit público deveria ser financiada pelo corte de custos e o caminho mais indicado para tanto seria a redução de subvenções estatais. No entanto, isso não deveria começar antes de 2011, quando a conjuntura deverá ter se estabilizado, diz Joachim Scheide, do Instituto de Economia Mundial, de Kiel.

Autora: Sabine Kinkartz (rr)

Revisão: Roselaine Wandscheer