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Alemanha endurece restrições e estende lockdown

26 de novembro de 2020

Merkel e governadores decidem prorrogar medidas anticoronavírus até 20 de dezembro, na tentativa de frear contágio antes do Natal. Governo ainda introduz novas regras, ampliando uso de máscara e reduzindo reuniões.

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Angela Merkel, chanceler federal alemã, de máscara
"[Números] nos lembram da maneira mais triste que, por trás das estatísticas, há destinos humanos", disse MerkelFoto: Odd Andersen/AFP/POOL//picture alliance

A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, e os governadores dos 16 estados concordaram nesta quarta-feira (25/11) em estender até dezembro o lockdown parcial em vigor no país, num esforço para reduzir ainda mais a taxa de infecção por coronavírus antes do Natal.

"Temos duas mensagens ao povo: em primeiro lugar, obrigada, mas em segundo lugar, que as restrições atuais não serão suspensas", disse Merkel em coletiva de imprensa em Berlim.

"O aumento exponencial das infecções foi interrompido", continuou. "Mas os casos diários ainda estão muito altos, e nossas unidades de terapia intensiva ainda estão muito cheias. Não podemos suspender as restrições acertadas para novembro."

No último dia 2, a Alemanha impôs uma série de medidas restritivas na tentativa de conter uma segunda onda de contágio, fechando restaurantes, bares, academias e áreas de lazer, mas mantendo abertas escolas, lojas e salões de cabeleireiro. O lockdown parcial foi inicialmente programado para durar quatro semanas, até o fim deste mês.Agora, Merkel anunciou que as medidas serão estendidas até pelo menos 20 de dezembro, com a possibilidade de uma prorrogação até o início de janeiro.

Alemanha planeja vacinação em massa contra covid-19

Segundo a chefe de governo, a meta é reduzir o ritmo das infecções até que os novos casos não ultrapassem 50 por 100.000 habitantes em sete dias em cada região. "Precisamos continuar a perseguir esse objetivo", disse a chanceler federal, alertando que, embora as medidas atuais tenham conseguido travar um surto, as infecções se estabilizaram num nível ainda alto no país.

O Instituto Robert Koch (RKI), agência governamental alemã de controle e prevenção de doenças infecciosas, reportou 18.633 novos casos de coronavírus nas últimas 24 horas – em comparação com os 17.561 registrados uma semana antes.

Número recorde de mortos

"Não podemos estar satisfeitos com este sucesso parcial", disse Merkel, observando que as autoridades alemãs relataram ainda 410 mortes por covid-19 nesta quarta-feira, o número mais alto desde o início da epidemia no país. "Isso nos lembra da maneira mais triste que, por trás das estatísticas, há destinos humanos", acrescentou.

Durante uma videoconferência de sete horas nesta quarta, os chefes de governo federal e estaduais também concordaram em introduzir algumas restrições adicionais às atuais medidas.

Entre as novas regras, o uso de máscaras será agora exigido também na maioria das escolas de ensino médio, em frente às lojas e em estacionamentos. O número de clientes permitidos em lojas maiores também será reduzido. Além disso, reuniões privadas serão limitadas a cinco pessoas de até duas residências, sem contar crianças menores de 14 anos.

O governo alemão planeja ainda destinar cerca de 17 bilhões de euros adicionais para compensar empresas atingidas pelo lockdown, além dos 15 bilhões de euros fornecidos em novembro.

Merkel, por fim, manifestou esperança que a chegada das primeiras vacinas contra a covid-19 nas próximas semanas ajude o país a superar a epidemia. "Muito indica que 2021 nos trará alívio", disse.

A Alemanha foi elogiada por ter lidado relativamente bem com a primeira onda de covid-19 no início deste ano, mas os números voltaram a disparar em outubro, anunciando uma segunda onda. Ao todo, o país soma mais de 961 mil casos de covid-19 e 14.771 mortes ligadas à doença.

EK/ap/dpa/dw