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Alemanha alerta para início de epidemia de coronavírus

26 de fevereiro de 2020

Enquanto infecções crescem no país, titular da Saúde afirma que a situação mudou, pois as cadeias de contágio já não são mais totalmente rastreáveis. Cinco novos casos são registrados nas últimas 24 horas.

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Homem entra em clínica em Düsseldorf, no oeste da Alemanha
Novas infecções ocorreram na Renânia do Norte-Vestfália, Baden-Württemberg e pela 1ª vez na Renânia-PalatinadoFoto: picture-alliance/AP Photo/M. Meissner

O ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, afirmou nesta quarta-feira (26/02) que a Alemanha enfrenta o início de uma epidemia do novo coronavírus e disse esperar um aumento significativo dos números de novas infecções.

"Estamos no início de uma epidemia de coronavírus na Alemanha", afirmou o ministro numa coletiva de imprensa em Berlim. "As cadeias de contágio não são mais, em parte, rastreáveis, e isso é algo novo", acrescentou.

Um dia após o anúncio de dois novos casos de contágio pelo coronavírus na Alemanha, cinco novas infecções foram confirmadas no país nesta quarta-feira, uma na Renânia do Norte-Vestfália, três em Baden-Württemberg e pela primeira vez uma no estado da Renânia-Palatinado.

"Um grande número de pessoas teve contato com esses pacientes, e isso é uma grande mudança em relação aos 16 casos que tínhamos até pouco tempo e cuja origem na China pôde ser rastreada", afirmou Spahn.

Diante deste desenvolvimento, o ministro disse que a probabilidade do vírus se espalhar pelo país aumentou e pediu que os secretários de Saúde estaduais coloquem em prática seus planos de pandemia, que incluem o isolamento de pacientes e aqueles que tiveram contato com eles.

Apesar da declaração, Spahn afirmou que não há motivo para pânico e lembrou que o sistema de saúde do país é bem equipado para enfrentar o surto. "Estamos agindo rápido e adaptando nossas reações para a atual situação. Infelizmente, devo dizer que a situação mudou nas últimas horas", acrescentou.

O ministro pediu também que pacientes que estiveram em regiões de risco ou tiveram contato com pessoas que passaram por essas áreas procurem um médico caso apresentem sintomas da doença Covid-19. Ele descartou restrições de viagem neste momento.

Dois dos novos casos em Baden-Württemberg foram contraídos na Itália. Um deles é um homem de 32 anos que esteve recentemente na região onde ocorre um surto da doença no país europeu. Ele está em isolamento num hospital. Sua esposa e filho foram colocados em isolamento domiciliar.

O outro caso seria uma jovem de 25 anos que viajou com o primeiro paciente internado na terça-feira. O terceiro infectado é o pai dela, que contraiu a doença na Alemanha.

O paciente internado na Renânia-Palatinado é um soldado de 41 anos que teve contato em meados de fevereiro com uma pessoa infectada. Segundo a agência de notícias DPA, o contato foi com o primeiro homem doente na Renânia do Norte-Vestfália e ocorreu durante um evento de Carnaval. Ele está internado num hospital da Bundeswehr em Koblenz.

A situação é mais preocupante na Renânia do Norte-Vestfália, onde um casal doente teria contraído o vírus há cerca de duas semanas e, por isso, dezenas de pessoas com quem eles tiveram contato deveriam ser colocadas em quarentena domiciliar.

A mulher infectada é professora de um jardim de infância. Todas as crianças que estudavam no local e seus pais devem permanecer em casa. O casal tem ainda dois filhos em idade escolar, que não apresentaram os sintomas de Covid-19.

O homem, de 47 anos, teve seu diagnóstico confirmado na terça-feira, após ter tido contato com um conhecido que esteve recentemente na China. A infecção de sua esposa, de 46 anos, foi anunciada nesta quarta-feira. O casal é do município de Selfkant, no distrito de Heinsberg, que fica próximo à fronteira da Holanda.

Assim, o número de infectados na Alemanha subiu para 23. A maioria das infecções foi registrada na Baviera. A doença, cujo epicentro é a cidade chinesa de Wuhan, já atingiu mais de 40 países. Na Europa, a nação mais afetada é a Itália, com 400 casos confirmados principalmente no norte do país.

CN/dpa/rtr/afp/ots

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