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Alemanha está à beira da recessão

Neusa Soliz19 de novembro de 2001

O PIB da Alemanha estagnou no terceiro trimestre, informa o Banco Central, em seu relatório. Ele põe lenha na fogueira dos que temem uma recessão.

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Sede do Bundesbank, em FrankfurtFoto: AP

A Alemanha está à beira de uma recessão, a medir pelo relatório que o Banco Central Alemão (Bundesbank) publicou hoje. Embora o Departamento Federal de Estatísticas ainda não tenha divulgado os dados oficiais, o que só está previsto para quinta-feira (22), o BC adianta que o PIB (Produto Interno Bruto) da Alemanha estagnou no terceiro trimestre, em comparação com o anterior. Em relação ao terceiro trimestre de 2000, o acréscimo foi de 0,6%, a menor taxa de crescimento dos últimos quatro anos.

Como não houve crescimento algum do primeiro para o segundo trimestre, a estagnação torna-se uma constante na maior economia da zona do euro. Por definição, só há recessão quando o PIB diminui por dois trimestres consecutivos. Isso aconteceu pela última vez em 1993, quando a economia alemã não conseguiu manter o ritmo do boom logo após a reunificação. No entanto, não é raro que os dados sejam corrigidos para baixo a posteriori.

Na zona do euro, o PIB aumentou somente 0,1% no segundo trimestre. Dos seus 12 países, a Finlândia é o único que já entrou em recessão, ao registrar diminuições do PIB de 0,1% no primeiro trimestre, e de 1,7%, no segundo.

Produção em queda

- O crescimento econômico na Alemanha foi de 0,75% de janeiro a setembro, em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo o Bundesbank. O clima piorou bastante entre os empresários e os consumidores após os atentados nos EUA. A partir de setembro, diminuíram as encomendas às indústrias. Por outro lado, é positivo que a inflação tenha diminuído consideravelmente, observa o relatório.

A produção industrial diminuiu 0,75% no terceiro trimestre, em relação aos três meses anteriores, nos quais ela já havia sofrido uma redução. No verão (junho a agosto), a produção caiu abaixo do nível do ano passado, o que acontece pela primeira vez desde 1999. Conseqüentemente, aumentou a capacidade ociosa das indústrias. Um fator positivo nesse quadro é o faturamento. Mesmo tendo estagnado em relação ao segundo trimestre, houve um aumento de 1% em relação ao terceiro trimestre de 2000.

Menos encomendas

- As indústrias alemãs acusaram uma queda de encomendas de 2,75% de julho a setembro, em relação ao trimestre anterior. Isso confirma a tendência de queda da demanda, que teve início no segundo semestre do ano passado.

O Banco Central conta também com um aumento do déficit orçamentário na Alemanha. De 1,3% do PIB no ano passado, ele deve saltar para 2,5%, este ano. Diante disso, sua diretoria recomendou que o governo não perca de vista o objetivo de equilibrar o orçamento. Nesse contexto, o BC lembra que essa é uma das exigências do Pacto de Estabilidade, "do qual a Alemanha foi um dos iniciadores".