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Alemanha inaugura museu da televisão

Kay-Alexander-Scholz (ca)6 de junho de 2006

Depois de New York e Paris, é a vez de Berlim ter um museu de cultura televisiva. No ar, fica a pergunta de como seu conteúdo pode ser transmitido às novas gerações.

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Escultura de imagens no Museu da TV, em BerlimFoto: DW

"A televisão já pode ir para os museus", afirmou Dagmar Reim, presidente da Rádio e Televisão Berlim-Brandemburgo (RBB), ao inaugurar na última quarta-feira (31/05) o Museu Alemão da Televisão em Berlim.

Ele se localiza na Potsdamer Platz, a parte mais moderna de Berlim e talvez a mais freqüentada por turistas alemães e estrangeiros, ocupando vários andares da Casa do Cinema, à qual pertencem ainda uma sala de cinema, a Fundação da Cinemateca Alemã e a Academia de Filme e Televisão.

"Imagens de televisão fazem parte da memória coletiva", comentou o diretor do museu, Rainer Rother, na abertura do local. A tese, com certeza, atinge uma geração de telespectadores que ainda está viva. A pergunta é se o conteúdo emocional dessas lembranças também pode ser transportado às gerações mais jovens.

Casa de Imagens

Eröffnung des TV-Museums in Berlin, Besucher
'Túnel do Tempo' relembra o passado televisivoFoto: DW

Para os nostálgicos fãs da televisão e para os cineastas, o novo museu é uma mina de ouro. Existe meia dúzia de ambientes com TVs, com cerca de 500 programas da história da televisão tanto da antiga Alemanha Ocidental quanto da Oriental, onde se podem pesquisar com calma os diversos arquivos.

O acervo do museu se concentra nos programas de televisão. Cenários e técnica televisiva não estão presente. O museu é planejado para ser um local de reencontro, já que a televisão é um meio fugidio. Acontecimentos históricos se encontram em um espaço temático chamado de "Túnel do Tempo". Ali podem ser vistas imagens, por exemplo, dos ataques às Torres Gêmeas de Nova York.

Na Sala de Espelhos, o visitante poderá rever ou conhecer os antigos shows, rodas de discussão em preto e branco e até o programa de TV alemão-oriental "Russo para Você".

Velhos conhecidos

Eröffnung des TV-Museums in Berlin, Besucher
Que espera o visitante de um museu da televisão alemã?Foto: DW

Na cerimônia de inauguração do museu, que foi edificado graças ao financiamento de 4 milhões de euros da Fundação Alemã de Loterias e da União Européia, estavam presentes velhos conhecidos dos telespectadores alemães, como o comediante Loriot e o apresentador Alfred Biolek. As imagens de seus programas também fazem parte do acervo do museu.

Entre os visitantes e jornalistas presentes, encontrava-se somente um que parecia ter menos de 30 anos. À pergunta se o conteúdo da exposição lhe interessava, ele respondeu veementemente que sim: "Sempre é bom ver o que aconteceu no passado".

Em tempos nos quais se poderá assistir a um programa de televisão on demand, ou seja, quando for mais conveniente ao telespectador, a TV perderá influência como reguladora do nosso dia-a-dia – os odiados telefonemas durantes o horário da novela ou do noticiário, por exemplo, não existirão mais. Daí o valor de se discutir conceitualmente a importância do museu.

Conceitos mais claros

Eröffnung des TV-Museums in Berlin, Loriot
O comediante Loriot já é peça de museuFoto: DW

Apesar de não ver uma importância do museu na formação de uma idéia de cultura alemã, Biolek disse considerá-lo algo maravilhoso, pois lá está documentado como se trabalhou com as possibilidades oferecidas pelo meio de comunicação televisão nos últimos 50 anos.

O ministro alemão da Cultura, Bernd Neumann, reivindicou um conceito pedagógico claro para o museu. "O próximo passo será ver como as pessoas recebem o museu e fazê-lo acessível a grupos, principalmente de pessoas jovens, e para estudantes escolares", afirmou.

Perguntado sobre o que desejava ao museu, Loriot, que foi praticamente o professor do humor alemão na televisão, declarou com um sábio sorriso: "No museu, os visitantes devem se acabar de rir da forma como fazíamos televisão antigamente".