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Alemanha luta contra crise do leite

30 de maio de 2016

Excesso do produto no mercado e queda da demanda externa derrubam preços e se tornam ameaça para cooperativas alemãs e europeias. Berlim promete pelo menos 100 milhões de euros em subvenções.

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Copo de leite
Foto: Colourbox

O que é atraente para os consumidores, é ameaçador para muitos agricultores. Os preços do leite estão em queda livre na Europa. Os mais de 70 mil produtores na Alemanha temem que isso custe a existência de seus estabelecimentos. Há meses que não conseguem sequer cobrir seus custos. Por isso, o ministro alemão da Agricultura, Christian Schmidt, convocou uma "cúpula do leite" nesta segunda-feira (30/05) para discutir medidas de emergência.

Após a reunião, Schmidt afirmou que o governo ajudará os produtores com mais de 100 milhões de euros, na forma de linhas de crédito e alívios fiscais, entre outras medidas.

Produtores de leite recebem, em média, 23 centavos de euro por litro, em algumas regiões até menos que 20 centavos. Eles afirmam que seriam necessários pelo menos 30 ou 35 centavos por litro para que não tenham prejuízo. Como consequência, o número de estabelecimentos produtores de leite no país vem caindo pela metade desde 2000.

Flutuações nos preços do leite não são novidade. Já em 2009, eles ficaram abaixo dos 22 centavos, subindo em 2013, temporariamente, para em torno dos 40 centavos. Desde então, o preço só cai.

O negócio é desaquecido pela demanda mais fraca na China e nos países exportadores de petróleo. O bloqueio à importação pela Rússia, por causa do confronto na Ucrânia, faz com que mais leite permaneça na UE, diluindo os preços. Nos Estados Unidos e na Nova Zelândia a produção cresceu, assim como em alguns países da UE após o fim da quota que limitava a produção de leite na Europa, em 2015.

Ministro alemão da Agricultura, Christian Schmidt
Ministro alemão da Agricultura, Christian SchmidtFoto: Fars

Além disso, os agricultores aumentam a produção, para tentar manter a receita, apesar dos preços baixos, o que faz com que a situação se agrave ainda mais.

A raiz do problema é a abundância de leite no mercado – sobre isso, todos concordam. A associação dos agricultores alemães acredita que as cooperativas de leite, que têm contato direto com os produtores, têm obrigação de discutir quais quantidades são possíveis de serem comercializadas a preços razoáveis.

Nos últimos anos, cada vez mais vacas entraram nos estábulos europeus, especialmente Holanda, Irlanda e Reino Unido. O continente tem 23, 6 milhões de vacas em seus estábulos, que produzem, cada uma, cerca de 10 mil litros por ano. Uma inundação crescente de leite, que faz os preços entrarem em colapso.

MD/rtr/dpa/dw