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Alemanha planeja cobrar testagem de não vacinados

31 de julho de 2021

Governo alemão estuda encerrar programa de testagem gratuita de covid-19 assim que um percentual suficiente de pessoas tiver recebido vacina. Testes subsidiados já custaram 3,4 bilhões de euros para o governo.

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Weltspiegel 24.02.2021 | Deutschland | Covid-19-Test
Foto: Ronny Hartmann/AFP/Getty Images

O governo alemão planeja parar de subsidiar testes rápidos de antígeno para detectar a covid-19 depois que um número suficiente de habitantes tiver sido totalmente vacinado, de acordo com reportagem do tabloide Bild publicada neste sábado (31/07).

A publicação citou fontes governamentais não identificadas, apontando que dois ministros do governo da chanceler federal Angela Merkel estão pressionando pela mudança, possivelmente a partir do final de setembro.

Atualmente, os alemães que ainda não foram totalmente vacinados ou não podem provar que se recuperaram da doença são obrigados a apresentar um teste de coronavírus negativo se quiserem acessar algumas lojas e restaurantes ou se hospedar em um hotel.

Os testes são gratuitos, com subsídio do governo. Nos últimos meses, os locais de testagem foram expandidos para incluir farmácias. Há também tendas espalhadas nos centros das cidades ou na entrada de grandes lojas. Os resultados são disponibilizados em poucos minutos. 

Os testes foram uma parte crucial da estratégia de reabertura da Alemanha no primeiro semestre. Os testes foram uma parte crucial da estratégia de reabertura da Alemanha no primeiro semestre. Os testes rápidos de antígeno custam cerca de 10 a 15 euros para o governo. Já os testes mais complexos de PCR custam de 50 a 60 euros.

Após a publicação da reportagem do Bild, o Ministério da Saúde confirmou o teor. "O ministro da Saúde, Jens Spahn, já disse semanas atrás que acha exequível o governo parar de oferecer testes gratuitos para pessoas não vacinadas em uma data futura", declarou o ministério à agência de notícias alemã dpa, mas sem apontar uma data em que essa mudança pode passar a valer.

Scholz e Söder apoiam o plano

O ministro das Finanças e a candidato a chanceler, Olaf Scholz, do Partido Social Democrata (SDP), e o primeiro-ministro da Baviera, Markus Söder, apoiam a medida, de acordo com o Bild.

Segundo a publicação, Scholz apoia a medida apontando que o progresso na vacinação das pessoas significa que fundos públicos não deveriam ser usados ​​para testar aqueles que não quiseram se vacinar gratuitamente. Os testes gratuitos custaram ao governo 3,4 bilhões de euros (R$ 21 bilhões) entre abril e julho, de acordo com o Bild.

Publicamente, Scholz tem apelado para que o público se vacine. "Temos que convencer nossos amigos a se vacinarem. Este é um assunto que afeta cada um de nós", disse Scholz ao grupo de mídia Funke.

O Ministro da Saúde do estado da Baviera, Klaus Holetschek fez uma declaração semelhante no Bild, mas evitou falar sobre um prazo: "Em algum momento, chegaremos a um ponto em que a maioria das pessoas neste país vai se perguntar: por que é que a sociedade deve pagar 15 euros todos os dias por um teste rápido para que quem se recusa a ser vacinado?".

Políticos pedem vacinação mais rápida

Os políticos alemães também estão encorajando ativamente as pessoas a tomarem a vacina, já que o ano letivo, que normalmente começa em agosto, está se aproximando.

Saskia Esken, a líder do SPD, e a Associação Alemã de Municípios vem pedindo campanhas de vacinação nas escolas. Esken disse que apoia equipes móveis de vacinação em estabelecimentos de ensino.

Já Thorsten Frei, o vice-líder do grupo parlamentar CDU/CSU para temas de proteção do consumidor, o mesmo da chanceler Merkel,  disse ao Bild que os testes gratuitos devem no mínimo continuar para as crianças, uma vez que elas ainda não são elegíveis para a vacinação.

Até agora, 51% dos alemães foram totalmente vacinados, mas os especialistas vêm alertando que o percentual ainda não é o suficiente para prevenir uma quarta onda da pandemia. A vacinação contra a covid-19 não é obrigatória no país.

jps (dpa, DW)