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Alemanha vai estatizar ex-subsidiária da russa Gazprom

14 de novembro de 2022

A fim de garantir o abastecimento de energia em meio à guerra na Ucrânia, governo alemão anuncia que vai assumir participação de 100% na Sefe. Ela pertencia à gigante estatal russa Gazprom até o início do ano.

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"Gazprom Germania" em Berlim
Antiga Gazprom Germania está sob controle do Estado alemão desde abril, e desde junho se chama SefeFoto: Fernando Gutierrez-Juarez/dpa ZB/picture alliance

A Alemanha anunciou nesta segunda-feira (14/11) que vai estatizar uma antiga subsidiária da gigante russa de energia Gazprom, em mais um dos esforços do país europeu para garantir suas necessidades energéticas enquanto tenta romper com a dependência em relação à Rússia.

A empresa, anteriormente Gazprom Germania, se chama Securing Energy for Europe (Sefe, "garantindo energia para Europa"). A companhia controla indiretamente a maior instalação de armazenamento de gás natural do país, na cidade de Rehden, no noroeste alemão. No fim de semana, a Comissão Europeia aprovara 225,6 milhões de euros de ajuda alemã para apoiar a Sefe, abrindo caminho para a estatização.

Essa é a segunda empresa alemã a ser estatizada como resultado da crise energética desencadeada pela guerra travada pela Rússia na Ucrânia. A primeira foi a Uniper, maior importadora de gás da Alemanha, em setembro. O congelamento do fornecimento de gás da Rússia ameaçava levar a gigante à falência.

O que levou à estatização

Berlim argumenta que a decisão de assumir a participação de 100% na Sefe visa proteger sua segurança energética em meio ao conflito na Ucrânia.

A Sefe foi dispensada pela russa Gazprom no início deste ano e colocada sob controle efetivo da Alemanha em abril. Desde então, já recebeu cerca de 10 bilhões de euros em linhas de créditos garantidas pelo Estado.

Isso, contudo, deixou incerta a propriedade da companhia sob tutela alemã. Segundo o Ministério de Assuntos Econômicos e Ação Climática da Alemanha, a situação deixou parceiros comerciais e bancos relutantes em retomar relações comerciais ou iniciar novas.

"Isso prejudicou a continuação das operações comerciais da Sefe e, consequentemente, o abastecimento de gás", afirmou a pasta. Portanto, a estatização teria sido necessária porque o superendividamento da empresa e a ameaça de falência "põem em risco a segurança do abastecimento na Alemanha". Sendo a Sefe agora um ativo estatal alemão, a russa Gazprom perde efetivamente suas ações na companhia.

Ação similar da Polônia

O governo da Polônia fez um anúncio semelhante nesta segunda-feira: ele assumirá a participação de 48% da Rússia na empresa Europolgaz, que é dona da seção polonesa do gasoduto Yamal-Europa.

O gasoduto de 4.107 quilômetros conecta os campos de gás natural da Rússia na Península de Yamal e na Sibéria Ocidental com a Polônia e a Alemanha. Em comunicado citado pela agência de notícias francesa AFP, o ministro polonês do Desenvolvimento, Waldemar Buda, disse que a medida foi tomada para "garantir a segurança da infraestrutura crítica".

"Estamos fazendo todo o possível para neutralizar a agressão da Rússia e eliminar o capital e a influência russos. A expropriação não é possível sob a Constituição polonesa, por isso decidimos decretar a gestão compulsória", disse Buda, citado pela agência Reuters.

Em abril, Varsóvia impôs sanções a 50 oligarcas e empresas russos, incluindo a gigante Gazprom, em retaliação à invasão russa da Ucrânia. Moscou, por sua vez, cortou o fornecimento de gás para a Polônia depois que o país se recusou a pagar pelo produto em rublos.

ek (AFP, DPA, Reuters)