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Anvisa recomenda quarentena para comitiva de Bolsonaro

22 de setembro de 2021

Após Queiroga testar positivo para a covid-19, agência sanitária envia ofício pedindo o isolamento dos que viajaram a Nova York com o presidente. Horas depois, governo confirma quarentena de apenas cinco dias.

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Membros da comitiva de Jair Bolsonaro (c.) em Nova York na ocasião da Assembleia-Geral da ONU
Queiroga, Bolsonaro e outros membros da comitiva: sem passaporte de imunização, presidente optou por comer pizza na ruaFoto: Instagram/@GILSONMACHADONETO/REUTERS

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou nesta quarta-feira (22/09) ao governo que todos os membros da comitiva que viajou com o presidente Jair Bolsonaro para a Assembleia-Geral da ONU em Nova York adotem regime de quarentena por 14 dias, após retornarem ao Brasil.

A recomendação surgiu após a confirmação de que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, foi diagnosticado com covid-19 ainda em Nova York. Ele ficará em isolamento na metrópole americana durante 14 dias, antes de voltar ao Brasil.

A Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) afirmou que os demais integrantes da comitiva realizaram o exame para detectar o coronavírus e testaram negativo. Queiroga recebeu o resultado na terça-feira.

Horas após a recomendação da Anvisa, o secretário especial de Comunicação do Palácio do Planalto, André de Sousa Costa, informou que Bolsonaro e outros membros da delegação que tiveram contato com Queiroga ficarão em quarentena por apenas cinco dias, contrariando a orientação da agência.

Eles repetirão testes de coronavírus no fim de semana e, se os resultados forem negativos, serão liberados do isolamento. Contudo, eles continuarão em acompanhamento médico até o 14º dia desde o último contato com Queiroga.

A Anvisa enviou o ofício para a Casa Civil com a recomendação de quarentena ainda de madrugada. No documento, a agência pediu que o desembarque no Brasil fosse feito de forma a expor o mínimo possível outras pessoas.

Segundo a agência, o isolamento deveria ser cumprido na cidade do desembarque, "evitando novos deslocamentos até que tenha ultrapassado o período de transmissibilidade do vírus". Além disso, os membros da comitiva devem realizar outro teste de covid-19 após chegarem a seus destinos finais.

Essas medidas deveriam se aplicar também a Jair Bolsonaro, que desembarcou em Brasília na manhã desta quarta-feira. Após a divulgação da recomendação da Anvisa pela imprensa, a agenda oficial do presidente foi atualizada, e uma reunião marcada para a tarde desta quarta no Palácio do Alvorada passou a constar como videoconferência.

Em seu despacho, a Anvisa sugeriu ainda a realização de uma limpeza e desinfecção do avião que transportou a comitiva, conforme protocolos de higienização.

O ministro da Saúde foi o segundo membro da comitiva de Bolsonaro a testar positivo durante o compromisso nos Estados Unidos. Um diplomata que participou dos preparativos da viagem também contraiu o vírus.

Passeios e encontros em Nova York

Em Nova York, Queiroga participou de diversos eventos. Ele também esteve presente na Assembleia-Geral da ONU, mas disse que esteve sempre de máscara.

O ministro da Saúde, que já recebeu as duas doses do imunizante contra a covid-19, fez refeições nas ruas nova-iorquinas em companhia de Bolsonaro e de outros ministros.

Ele deu ainda diversas entrevistas na parte externa do hotel onde estava hospedado, além de ter circulado pelas dependências da ONU e pelo Memorial do 11 de Setembro, onde esteve com Bolsonaro, que, por sua vez, não usou máscara.

Entre as autoridades que tiveram contato próximo com Queiroga nos últimos dias estão, além do presidente, os ministros da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos; da Justiça, Anderson Torres; e do Turismo, Gilson Machado.

Ele também esteve presente na reunião entre Bolsonaro e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, juntamente com outras autoridades do Reino Unido, além de ter se hospedado no mesmo hotel do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Segundo informações do portal de notícias G1, as demais delegações presentes na Assembleia-Geral da ONU estão em alerta, e verificam quais de seus membros tiveram contato com Queiroga.

Os diplomatas brasileiros na ONU também não poderão participar de outras reuniões no âmbito da Assembleia-Geral, uma vez que tiveram contato com a comitiva do presidente.

rc (ots)