Apelidos dados aos alemães em outros países
Etnofaulismo é a forma depreciativa de se tratar membros de um grupo étnico diferente. E isso aconteceu com os alemães, que ao longo de séculos, guerras e invasões, receberam as mais diversas alcunhas de seus vizinhos.
Krauts
Desde a Segunda Guerra Mundial, a palavra "Kraut" (erva, em alemão) é usada na língua inglesa para designar, pejorativamente, os alemães. Provavelmente, o apelido teve origem no "Sauerkraut" (chucrute), um prato bastante popular da cozinha alemã. O termo deu origem também a um gênero musical chamado "krautrock", que se refere à produção musical de bandas alemãs ocidentais nos anos 1960/70.
"Hun" (huno)
Muitos dos apelidos recebidos pelos alemães na Europa provêm da Primeira Guerra Mundial, como "Hun" (huno, em inglês). A origem do nome pejorativo é pouco anterior e vem de uma célebre fala que o imperador Guilherme 2° proferiu em 1900, na partida das tropas alemãs para combater a Revolta dos Boxers na China. No "Discurso dos Hunos", ele comparava seus astutos súditos àqueles soldados bárbaros.
Fritz
Tanto na Primeira quanto na Segunda Guerra Mundial, "Fritz" foi um apelido bastante difundido entre os soldados britânicos para denominar os inimigos germânicos. Em alemão "Fritz" é o diminutivo do nome próprio Friedrich. Outra alcunha também bastante popular entre os militares do Reino Unido era "Jerry", forma curta para se designar "German" (alemão, em inglês).
Heinie
Além de Fritz, Hans e Jerry, outros apelidos utilizados, principalmente por americanos e canadenses, para denominar pejorativamente os alemães na Segunda Guerra era "Heinie", que é a forma curta do nome Heinrich. Na Alemanha, "Heini" é um termo coloquial comum e com um significado ligeiramente pejorativo, usado quando se faz referência a alguém "tolo" ou "idiota".
Piefke
Quando um austríaco quer menosprezar um alemão, ele o chama de "Piefke". Inicialmente, o termo fez referência somente aos prussianos. Provavelmente, a sua origem remonta ao compositor Johann Gottfried Piefke, que na segunda metade do século 19 compôs marchas militares como "Preussens Gloria" ("Glória da Prússia"). Hoje, o termo se aplica principalmente aos alemães do norte do país.
Marmeladinger
Este é outro termo pejorativo usado na Áustria para seus vizinhos. Sua origem remonta à Primeira Guerra Mundial. Enquanto os soldados austríacos usavam manteiga ou banha de porco para passar no seu pão, os germânicos empregavam geleia ("Marmelade", em alemão), que era um substituto mais barato. Os alemães ganharam então dos aliados o nome de "Marmeladinger" ou "Marmeladenbrüder" (irmãos-geleia).
Moffen
"Mof", plural "moffen", é um etnofaulismo que os holandeses usam para zombar dos alemães. Na Alemanha do séc. 17, habitantes de regiões próximas à Holanda eram chamados de "Moffen". Olhando com desdém para seus vizinhos pobres, os ricos holandeses da época passaram a empregar o termo para todos os alemães. A palavra "Mof" também pode ter sua origem em "Muff" (mofo, em alemão).
Crucco
Esta palavra depreciativa é usada na Itália para definir os alemães. O termo foi cunhado para designar soldados austríacos de língua servo-croata capturados durante a Primeira Guerra e que, esfomeados, pediam sempre por "kruh" (pão). Mais tarde, a variante italianizada "crucco" passou a ser usada pelos combatentes da resistência italiana na Segunda Guerra para denominar tudo que era alemão.
Gummihals
"Gummihals" ou "pescoço de borracha" é um etnofaulismo usado para designar os alemães na Suíça, a quem são atribuídos um caráter oportunista, pois acenariam o tempo todo com a cabeça em sinal de concordância com seus superiores. A origem da palavra, no entanto, é controversa. Mas é certo que com o aumento da emigração de alemães para o país alpino, desde 2000, o termo ganhou um novo impulso.
Ossi/Wessi
Apelidos existem até mesmo entre os próprios alemães: "Ossi", do alemão "Osten" (Leste), é uma palavra usada para designar pessoas que nasceram ou moram na região da antiga Alemanha Oriental. "Wessi", de "Westen" (Oeste), se refere às pessoas provenientes da ex-Alemanha Ocidental. Embora não seja um etnofaulismo, já que não se trata de etnias, o termo não deixa de ter um caráter depreciativo.