1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Argentina acabou com euforia alemã pós-Copa, diz mídia europeia

Marcio Damasceno4 de setembro de 2014

Ao vencer amistoso por 4 a 2, sul-americanos "estragaram festa da Alemanha" depois da conquista do tetracampeonato mundial no Brasil. Jornais dão destaque à atuação de Di María e criticam defesa da equipe de Joachim Löw.

https://p.dw.com/p/1D6Iu
Foto: picture-alliance/dpa/F. Gambarini

A Argentina estragou a festa dos campeões mundiais e acabou com a euforia alemã após a conquista da Copa no Brasil. Essas foram algumas das constatações da imprensa europeia nesta quinta-feira (04/09) ao comentar a derrota da Alemanha contra a Argentina por 4 a 2, em amistoso disputado em Düsseldorf nesta quarta.

O jornal francês Le Monde atribui a "surpresa em Düsseldorf", entre outras coisas, à desconcentração do time germânico, 52 dias depois da conquista do título mundial. "O time campeão do mundo se mostrou desorganizado e pouco concentrado para a partida", avalia. "A Alemanha de Joachim Löw certamente não esperava tal revés, mesmo privada de nove campeões mundiais", complementa o periódico.

A publicação destaca a atuação do meia argentino Ángel di María, que, na ausência de Messi, "fez valer todo seu talento". Segundo o periódico, a atuação de Di María faz os argentinos lamentarem a ausência do atleta na final no Maracanã, que ficou longe do gramado por causa de uma contusão.

Triste retorno ao dia a dia

O diário alemão Süddeutsche Zeitung afirma que 52 dias depois da final, o reencontro com o adversário da final da Copa, Argentina, colocou fim à euforia alemã pela conquista do campeonato mundial. Segundo o jornal, a derrota marca o "retorno ao dia a dia depois da euforia no Brasil", e esse retorno "não poderia ter sido mais triste".

Länderspiel Deutschland gegen Argentinien
Argentino Ángel di María foi o destaque da goleada argentinaFoto: Reuters/K. Pfaffenbach

A publicação lembra as palavras do treinador alemão, Joachim Löw, que afirmou que o jogo não poderia ser chamado de "revanche", pois o campeonato mundial permaneceria fosse qual fosse o resultado. O jornal lembrou que o técnico deu como desculpas o pouco entrosamento da equipe, que jogou sem seis campeões mundiais, em formação "fortemente modificada".

Ao mesmo tempo, o Süddeutsche Zeitung elogia a atuação dos sul-americanos. "Os argentinos jogaram a partida contra o campeão mundial com paixão e ganharam merecidamente". O jornal frisa ainda que, "apesar de ter sido uma partida amistosa, o desempenho da defesa dá motivo para preocupação".

Em sua versão online, a revista Der Spiegel faz avaliação semelhante, dizendo que é melhor que um desempenho como o visto no jogo contra a Argentina não seja repetido numa partida oficial. A revista enumera as falhas do time de Löw: "buracos defensivos gritantes nas laterais, trabalho defensivo negligente no meio-campo e desperdício das melhores oportunidades diante do gol argentino".

O atacante Mario Gomez, que voltou à equipe após ter ficado de fora da Copa devido a uma contusão, é nomeado como um dos pontos fracos da atuação alemã. "Três vezes ele esteve sozinho diante do goleiro argentino Romero e três vezes ele não conseguiu chutar a bola para dentro do gol", aponta a publicação.

Länderspiel Deutschland gegen Argentinien
Argentino Erik Lamela festeja gol argentino: "defesa é preocupação alemã"Foto: Reuters/K. Pfaffenbach

"Recital de bom futebol"

Entretanto, a Der Spiegel faz uma ressalva, rejeitando comparações entre o amistoso e a final da Copa. "Apenas quatro dos onze titulares iniciais da final estavam na formação inicial em Düsseldorf. Isso também é um indício de que não se deve comparar os dois jogos."

O espanhol El País também destaca a apresentação de gala de Di María. "Ele se tornou o carrasco dos alemães e fez Mario Götze, o herói do Maracanã e autor de um dos dois gols alemães no amistoso, parecer um boneco de papelão", ironiza o jornal.

Para o diário, a Argentina estragou a festa alemã com um futebol impecável. "O duelo, que deveria ser uma exibição para o campeão do mundo diante de seu público, com um orgulho pouco dissimulado, se tornou o contrário. A Albiceleste deu um recital de bom futebol, com jogo limpo, simples, direto e eficaz. Terrivelmente eficaz."