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Oriente Médio

14 de setembro de 2010

Abbas exige fim de novas construções israelenses na Cisjordânia para continuar conversações; Israel rejeita exigência. Impasse põe em risco nova rodada de negociações, que começou há apenas duas semanas.

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Maaleh Adumim, assentamento em Jerusalém OrientalFoto: Stephanie Gebert

A expansão dos assentamentos judeus na Cisjordânia está sendo o principal ponto de atrito nas novas negociações de paz entre israelenses e palestinos. As conversas entre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o líder palestino Mahmud Abbas foram retomadas nesta terça-feira (14/09) no Egito, com a participação da secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, e se estenderão até quarta-feira.

A caminho do encontro realizado no balneário de Sharm el-Sheikh, Clinton defendeu a prorrogação da moratória para construção de novos assentamentos e disse acreditar que as duas partes chegarão a um acordo sobre esse ponto.

Também o presidente dos EUA, Barack Obama, apelou a Netanyahu para que não permita a construção de novas residências de colonos judeus após o fim da moratória. Abbas ameaçou deixar as negociações caso Israel não impeça as construções. Netanyahu rejeita a exigência dos palestinos, mas disse no último domingo que pode haver limitações.

Um documento militar israelense mostra que a moratória expira no próximo dia 30 de setembro, e não no dia 26, como inicialmente assumido pela imprensa internacional. No dia 26 completam-se exatos dez meses da moratória.

Washington Friedensgespräche Nahost Obama Netanyahu
Obama e Netanyahu no primeiro encontro, na Casa BrancaFoto: AP

Segundo a organização pacifista Peace Now, o final da moratória pode dar início a um boom de construções judaicas na Cisjordânia. Para ao menos 2.066 residências, os fundamentos já estariam prontos, diz a organização. Haveria outras 11 mil construções já autorizadas por Israel e mais 25 mil requerimentos já apresentados.

Assentamentos judeus na Cisjordânia

Na interpretação da comunidade internacional, os assentamentos judeus na Cisjordânia ferem o artigo 49 da 4ª Convenção de Genebra, que afirma que potências de ocupação não podem assentar parte de sua população civil em territórios ocupados.

Israel argumenta que os territórios palestinos não são de fato territórios ocupados. Além disso, Jerusalém Oriental é parte da "eterna e indivisível capital de Israel". Segundo fontes israelenses, há 290 mil colonos judeus na Cisjordânia e mais 190 mil israelenses vivendo em Jerusalém Oriental.

A organização de direitos humanos Betselem afirma que os números são muito maiores. Segundo a ONG, há 121 assentamentos judeus oficiais na Cisjordânia e centenas de outros que não têm permissão do governo de Israel.

Blick auf die Siedlung Maaleh Adumim im Westjordanland
Assentamento judeu na CisjordâniaFoto: AP

A Peace Now afirma que 9% da Cisjordânia (descontando o território de Jerusalém Oriental) são ocupados por assentamentos judeus. Em torno de 30% dos colonos são judeus ultraortodoxos e outros 38% seriam religiosos-nacionalistas, que vêem a Cisjordânia como a terra prometida pela Bíblia.

Não apenas os assentamentos judeus são território proibido para os palestinos. Também a utilização de muitas estradas destinadas a colonos judeus é tabu. Segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Unocha) nos territórios palestinos, havia 505 barreiras e postos de controle das forças israelenses na Cisjordânia.

Após Sharm el-Sheikh, as negociações entre Netanyahu e Abbas deverão continuar em Jerusalém nesta quarta-feira. O primeiro desta nova série de encontros foi no início de setembro, em Washington, com a mediação de Obama. A ideia é realizar um novo encontro a cada duas semanas e viabilizar um acordo no prazo de um ano.

AS/dpa/afp/rtr
Revisão: Simone Lopes

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