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Ataque a academia de polícia mata 59 no Paquistão

25 de outubro de 2016

Homens armados invadem centro de treinamento da polícia na cidade de Quetta, matam dezenas e deixam mais de cem feridos. Atentado é reivindicado por dois grupos extremistas.

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Policiais controlam entrada de centro de treinamento da polícia em Quetta
Grupo invadiu centro de treinamento da polícia em QuettaFoto: picture-alliance/dpa/J. Taraqai

Pelo menos 59 pessoas morreram nesta terça-feira (25/10) e mais de 100 ficaram feridas no ataque contra um centro de treinamento da polícia na cidade de Quetta, no oeste do Paquistão. Reivindicado pelo grupos extremistas Tehrik-e-Taliban Pakistan (TTP) e "Estado Islâmico" (EI), o atentado é o maior da história do país contra bases das forças de segurança.

O ataque começou quando um grupo entrou nas instalações policiais pouco antes da meia-noite e começou um tiroteio com as forças de segurança que durou cerca de cinco horas, disse o porta-voz da policia, Gulab Khan. Três extremistas levavam coletes com bombas e dois deles acionaram os explosivos que carregavam.

Um cadete da academia disse para emissoras de TV locais que viu três homens com roupas camufladas entrando no dormitório portando rifles AK-47. "Eles começaram a atirar, mas consegui escapar pulando um muro", afirmou.

"No ataque morreram 59 pessoas da academia da polícia, além dos três terroristas, e outras 100 ficaram feridas", disse Anwar-ul-Haq Kakar, porta-voz do governo da província de Baluchistão.

Cerca de 700 cadetes encontravam-se na academia, situada a cerca de 20 quilômetros de Quetta, no momento do ataque. 

Autoria do atentado

O "Estado Islâmico" foi o primeiro grupo a reivindicar o ataque. Segundo a agência Amaq, vinculada aos jihadistas, três extremistas do EI teriam enfrentado os policiais por quatro horas, usando fuzis e bombas caseiras instaladas em coletes, numa ofensiva que começou na madrugada. A Amaq disse ainda que dois deles acionaram os explosivos que carregavam.

Logo em seguida, foi a vez do TTP, principal grupo insurgente paquistanês, assumir a autoria do atentado. "O ataque foi em resposta aos assassinatos de nossos combatentes em custódia policial. Continuaremos até que a lei islâmica seja imposta no país", afirmaram os rebeldes em nota enviada à imprensa.

De acordo com a nota, assinada pela divisão do TTP em Karachi, quatro homens participaram no ataque e mataram 65 polícias. 

O TTP é composto por diferentes grupos radicais islâmicos. Desde a operação militar que começou em junho de 2014 nas regiões tribais, suas atividades diminuíram significativamente.

Apesar das reivindicações, o general da guarda de fronteira Shef Afgan responsabilizou o grupo insurgente sunita Lashkar-e-Jhangvi, uma organização de vocação sectária, pelo atentado. O militar afirmou ainda que o ataque foi organizado a partir do Afeganistão.

A província do Baluchistão, da qual Quetta é capital, é palco habitual de ataques de grupos separatistas, milícias islamistas e redes de crime organizado que operam em todo o país. Em agosto, um suicida matou 72 advogados em um hospital de Quetta, que estavam reunidos por causa do assassinato uma hora antes de outro profissional da categoria.

CN/efe/lusa