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Atentado do EI mata dezenas no Iêmen

29 de agosto de 2016

Mais de 70 pessoas morrem em explosão em centro de treinamento de recrutas do Exército iemenita na cidade de Aden. Grupo jihadista "Estado Islâmico" assume autoria do atentado suicida.

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Ataque suicida contra um edifício do Exército do Iêmen, que matou mais de 70 pessoas
Foto: Reuters/F. Salman

A explosão de um carro-bomba nesta segunda-feira (29/08) em Aden, no Iêmen, matou ao menos 71 pessoas num edifício do Exército e feriu outras 98, no mais grave atentado jihadista ocorrido no país, assolado pela guerra civil, em mais de um ano.

Um motorista levou o veículo até um centro de recrutamento do Exército e detonou os explosivos próximo a um grupo de recrutas. A organização extremista "Estado Islâmico" (EI) reivindicou a autoria do ataque, segundo informou a agência de notícias Amaq, ligada aos jihadistas.

O Exército iemenita, apoiado por uma coalizão liderada pela Arábia Saudita, treina novos recrutas para atuar na guerra contra a insurgência dos rebeldes xiitas houthis, apoiados pelo Irã.

Aden é a base temporária do governo do Iêmen reconhecido internacionalmente. O governo foi forçado ao exílio após os insurgentes terem tomado a capital Sanaa e outras regiões do país em 2014.

Os recrutas atingidos estavam entre cinco mil novos soldados que recebem treinamento para combater os rebeldes. Apesar de um forte esquema de segurança no local, o carro-bomba conseguiu entrar num momento em que os portões estavam abertos para permitir a passagem de um caminhão de entregas.

Testemunhas dizem que muitos recrutas foram soterrados pela queda de uma cobertura em razão da explosão, que causou grandes estragos na fachada do edifício.

Na semana passada, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, visitou a Arábia Saudita para discutir a crise no Iêmen. Ele e seus homólogos sauditas chegaram a um acordo sobre algumas medidas para tentar pôr fim ao conflito, que em 18 meses fez mais de 9 mil vítimas, forçando o deslocamento de três milhões de pessoas.

Os aliados propuseram a retomada das conversações de paz com os insurgentes, o que também é defendido pelo governo exilado.

RC/afp/rtr