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Terrorismo

Atentado mata centenas em mesquita no Egito

24 de novembro de 2017

Num dos maiores ataques já ocorridos no país, mais de 20 terroristas detonam explosivos e depois abrem fogo contra fiéis sufistas no Sinai, deixando mais de 200 mortos. Suspeita recai sobre insurgentes jihadistas.

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Mesquita de Al Rawda, no Egito
O atentado ocorreu logo após a oração do meio-dia de sexta-feira – dia sagrado para os muçulmanosFoto: picture-alliance/AA

O Egito foi alvo nesta sexta-feira (24/11) de um dos ataques mais mortais no país nos últimos anos, deixando centenas de vítimas. Atiradores detonaram uma bomba dentro de uma mesquita sufista lotada e depois dispararam contra os fiéis na cidade de Al Arish, no norte da Península do Sinai.

As autoridades elevaram várias vezes o número de mortos, que já chega a 235 e deve aumentar ainda mais. A agência de notícias Mena informou que, além das 235 mortes, ao menos outras 125 pessoas ficaram feridas. As autoridades falam em 109 feridos.

O presidente egípcio, Abdul Fattah al-Sisi, prometeu uma resposta "severa" ao massacre. "Pela vida de nossos mártires, as Forças Armadas e a polícia retaliarão com toda a força em breve", declarou o líder em pronunciamento na televisão.

Leia também: Fatah e Hamas pedem eleições em 2018

Segundo funcionários da segurança nacional, Sisi se reuniu mais cedo com o Conselho de Defesa Nacional para analisar o ataque à mesquita sufista. Além disso, a presidência egípcia declarou três dias de luto nacional pelas vítimas do ataque, que ainda não foi reivindicado por nenhum grupo extremista.

O atentado ocorreu logo após a oração do meio-dia de sexta-feira – dia sagrado para os muçulmanos –, na mesquita Al Rawda, a cerca de 40 quilômetros da capital da província do Sinai do Norte, Alarixe.

Corpos de vítimas dentro da mesquita Al Rawda
Corpos de vítimas dentro da mesquita Al Rawda, que foi alvo de um atentado terroristaFoto: Getty Images/AFP

Os terroristas colocaram explosivos de fabricação caseira ao redor da mesquita e os detonaram na saída dos fiéis, detalhou uma fonte de segurança à agência de notícias Efe, que acrescentou que pessoas que conseguiram escapar foram baleadas pelos extremistas.

O jornal Al-Masry Al-Youm informou que mais de 20 homens mascarados e armados perpetraram o ataque, e que eles usavam rifles automáticos. Alguns dos suspeitos teriam sido mortos mais tarde em confronto com forças de segurança.

A região vive uma insurgência de grupos islamistas que já dura quatro anos. Nos últimos anos, a ramificação do grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) na região assassinou centenas de policiais, soldados e civis, acusados de trabalhar com as autoridades.

Um líder de uma milícia beduína que combate o EI no Sinai disse que a mesquita Al Rawda é conhecida por reunir muçulmanos sufistas. O EI compartilha a visão puritana do salafismo, que considera os sufistas apóstatas. O grupo também tem cristãos como alvos.

Os jihadistas já sequestraram e decapitaram um líder ancião sufista, após acusá-lo de praticar magia, e raptaram adeptos do sufismo, que foram libertados após demonstrarem arrependimento.

O grupo já matou mais de cem cristãos em ataques com bomba a igrejas e em atentados a tiros no Sinai e em outras partes do Egito. As forças militares do país lutam para sufocar a insurgência dos jihadistas, que juraram lealdade ao EI em novembro de 2014. O Egito também enfrenta ameaças de grupos afiliados à Al Qaeda, que operam na vizinha Líbia.

RC/afp/ap/rtr/efe/dpa

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