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Atirador abre fogo em sinagoga na Califórnia

28 de abril de 2019

Uma pessoa morreu e três ficaram feridas. Autor dos disparos publicou manifesto antissemita em fórum online horas antes do ataque com elogios ao supremacista branco que matou 50 muçulmanos na Nova Zelândia.

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USA Kalifornien Schüsse in Synagoge
Membros da sinagoga de Poway, cidade de 50 mil habitantes próxima de San Diego, após o ataqueFoto: picture-alliance/AP Photo/D. Poroy

Um atirador foi preso neste sábado (27/04) após abrir contra uma sinagoga em Poway, cidade próxima a San Diego, na Califórnia. Uma pessoa morreu e outras três ficaram feridas, entre elas um rabino. O ataque ocorreu enquanto os membros da sinagoga celebram o último dia da Páscoa judaica.

O prefeito de Poway, Steve Vaus, confirmou em entrevista à emissora CNN que uma das vítimas, uma mulher, não resistiu aos ferimentos e morreu em um hospital próximo ao local. As outras três seguem internadas.

Vaus disse que o ataque teria sido um crime de ódio devido às afirmações feitas pelo atirador enquanto disparava contra as pessoas que estavam na sinagoga no momento do ataque.

Mais cedo, o escritório do xerife de Poway tinha afirmado no Twitter que um homem foi detido por suspeita de ter conexão com o ataque registrado contra a sinagoga, que ocorreu às 11h30 no horário local (15h30 em Brasília).

O suspeito que foi preso é um jovem de 19 anos que vive em San Diego. Segundo a polícia, ele utilizou um fuzil de assalto "tipo AR-15" no ataque. Investigadores estão analisando sua atividade nas redes sociais. Horas antes do ataque, ele postou um manifesto no fórum 8chan, disse o xerife do condado de San Diego, Bill Gore. Em entrevista coletiva, Gore, confirmou a identidade do suposto autor do tiroteio como John Earnest.

O texto do manifesto é similar ao publicado por Brenton Tarrant, um supremacista branco que esteve por trás dos ataques de 15 de março a duas mesquitas de Christchurch, Nova Zelândia, que deixaram 50 mortos.

Na carta, o autor do ataque na Califórnia  elogia as ações de Tarrant e também assume a autoria por um ataque incendiário a uma mesquita na Califórnia que ocorreu uma semana depois do ataque de Christchurch. Ele também expressou seu ódio aos judeus e prometeu "defender a raça europeia".

O autor também fez uma referência a um ataque que ocorreu em 2018 em Pittsburgh, na Pensilvânia. Na ocasião, um supremacista branco matou 11 pessoas em uma sinagoga.

O presidente americano, Donald Trump, ressaltou em um ato eleitoral em Wisconsin que "esta noite o coração dos EUA está com as vítimas do horroroso tiroteio de Poway".

"A nação inteira chora a perda de vida, e reza pelos feridos, e está de pé em solidariedade com a comunidade judaica. Condenamos com contundência o mal do antissemitismo e o ódio, que deve ser derrotado", afirmou Trump.

Em um comunicado, a diretoria do Museu do Holocausto de Washington, disse estar "alarmada por este segundo ataque contra uma sinagoga em seis meses".

"Hoje nossos pensamentos estão com as vítimas e suas famílias, mas logo será necessário recordar que o antissemitismo é uma ameaça crescente e mortal", acrescentou.

"O antissemitismo continua levantando a cabeça e provocando vítimas", disse o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon. "É tempo de passar à ação, de declarar uma guerra decidida (ao antissemitismo), e não só condená-lo moralmente, o que permite às forças do ódio reviver as horas sombrias da história".

JPS/efe/afp/ots

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