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Prisão perpétua múltipla para atirador de Tucson

9 de novembro de 2012

Jared L. Loughner recebeu sete penas de prisão perpétua, mais 140 anos, por ter matado seis pessoas e ferido gravemente a deputada democrata Gabrielle Giffords, durante comício no Arizona.

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A Justiça do Arizona, Estados Unidos, condenou nesta quinta-feira (08/11) Jared L. Loughner à prisão perpétua por ter aberto fogo durante um comício na cidade de Tucson, em janeiro de 2011. No atentado, seis pessoas morreram e outras 13 ficaram feridas, incluindo a ex-deputada democrata Gabrielle Giffords, que até hoje sofre com as sequelas e teve que abdicar da carreira política.

Loughner, de 24 anos, não terá a possibilidade de liberdade condicional. Pelo crime, recebeu sete penas de prisão perpétua, mais 140 anos de prisão. A pena de morte, que é contemplada nas leis do Arizona, só não foi aplicada porque ele conseguiu um acordo com os promotores, em troca da confissão dos crimes.

Segundo o juiz responsável pelo caso, as penas de prisão perpétua impostas a Loughner – uma para cada um dos mortos e uma pela tentativa de assassinar Giffords – representa a individualidade das vítimas.

"Ele nunca mais terá a oportunidade de pegar uma arma e fazer isso novamente”, disse o juiz Larry Burns, que criticou a política de controle de armas no estado. “Não entendo a utilidade social de permitir que cidadãos tenham cartuchos com 30 balas."

Distúrbio mental

Os motivos que levaram Loughner a realizar o ataque, do lado de fora de um supermercado em Tucson, até hoje não estão claros. Sabe-se que ele tinha um histórico de distúrbios psiquiátricos, que o levaram a abandonar a faculdade, e que ele simpatizava com as ideias das alas mais radicais do Partido Republicano.

Entre suas vítimas estavam um juiz federal e uma menina de 9 anos. Atingida na cabeça, Giffords tem hoje um braço paralisado, é parcialmente cega e apresenta dificuldade para falar. Em janeiro, deixou o Congresso para concentrar-se no tratamento para recuperação.

Foi a primeira vez que a política democrata e as demais vítimas ficaram frente a frente com o atirador. Todos leram, alguns com os olhos fixados em Loughner, um comunicado. Mark Kelly, marido de Giffords, o fez em nome da mulher, a qual acompanhou o julgamento, mas permaneceu em silêncio.

"Você tentou extinguir a beleza da vida, tentou criar para nós um mundo sombrio. Mas lembre disso sempre: você falhou”, disse Kelly no tribunal, e concluiu: “Você pode ter posto uma bala na cabeça dela, mas não atingiu o seu espírito".

RR/afp/dpa
Revisão: Augusto Valente