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Austrália lança investigação nacional sobre assédio sexual

20 de junho de 2018

Inquérito independente busca chamar a atenção para as consequências de abusos cometidos no ambiente de trabalho. Iniciativa é resposta ao movimento internacional #MeToo.

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Protesto em Melbourne, na Austrália, no Dia Internacional da Mulher
Protesto em Melbourne no Dia Internacional da Mulher: mais de 20% dos australianos afirmam terem sido assediadosFoto: picture-alliance/AA/R. Sakar

A Austrália lançou nesta quarta-feira (20/06) um inquérito independente sobre assédio sexual em ambientes de trabalho no país, iniciativa classificada pelo governo como a primeira do gênero no mundo.

A medida foi anunciada na esteira dos debates em torno do movimento global #MeToo, que ganhou força após destacar o problema no mundo dos negócios, do entretenimento e da política.

O inquérito irá focar as consequências financeiras para mulheres que são sexualmente assediadas ou agredidas no local de trabalho e deve durar 12 meses, afirmou a ministra australiana para as Mulheres, Kelly O'Dwyer. O objetivo é introduzir padrões e possivelmente novas leis criminais.

"Pode ser que ela perca o emprego ou que ela decida procurar outro, mas ela não conseguirá uma carta de referência do empregador antigo; pode ser que promoções lhe sejam negadas", explicou.

Em comunicado, O'Dwyer disse ainda que o impacto do assédio sexual no trabalho é "muito significativo", podendo acarretar uma redução da produtividade e aposentadoria antecipada.

"Esta investigação nacional é, na minha opinião, um grande passo na direção certa", declarou a ministra, encorajando seus compatriotas a trabalharem juntos para a criação "de uma sociedade onde este tipo de comportamento se torne impensável".

A investigação deverá durar um ano e será liderada pela comissária de Discriminação Sexual, Kate Jenkins. O governo australiano, por sua vez, deverá financiar metade dos custos da investigação nacional, calculados em cerca de um milhão de dólares australianos (cerca de 2,7 milhões de reais). 

No decorrer do inquérito, serão analisadas a atual estrutura legal sobre os crimes de assédio sexual e todas as denúncias que foram feitas, no passado, às agências de antidiscriminação do país.

Na Austrália, de acordo com os últimos dados estatísticos, mais de 20% das pessoas com mais de 15 anos afirmaram terem sido assediadas. Destes casos, 68% foram registrados em ambientes de trabalho.

O assunto virou tema da campanha global #MeToo no ano passado,após o produtor de Hollywood Harvey Weinstein ser acusado de assédio sexual por diversas celebridades.

IP/lusa/rts/afp

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