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Terrorismo

​Bélgica julga último terrorista dos ataques de Paris

5 de fevereiro de 2018

Salah Abdeslam é o único membro ainda vivo da célula do "Estado Islâmico" que matou 130 pessoas na capital francesa em 2015. Perante tribunal belga, ele se recusa a responder perguntas dos juízes.

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Abdeslam, de barba e cabelos compridos, se recusou a responder as perguntas dos juízes no tribunal em Bruxelas
Abdeslam, de barba e cabelos compridos, se recusou a responder as perguntas dos juízes no tribunal em BruxelasFoto: Reuters/E. Dunand

Teve início nesta segunda-feira (05/02) em Bruxelas o julgamento do único suspeito vivo da célula do "Estado Islâmico" responsável pelos atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris, Salah Abdeslam.

Abdeslam é acusado de porte de armas ilegais e da tentativa de assassinato de policiais pouco antes de ser preso na Bélgica, há dois anos.

Ele foi transferido do presídio de Fleury-Merogis nos arredores de Paris para Bruxelas no meio da noite, em um comboio de viaturas policiais. O acusado, de 28 anos, fez sua primeira aparição nos tribunais desde os ataques coordenados que mataram 130 pessoas na capital francesa.

"Meu silêncio não faz de mim um criminoso, é minha defesa", afirmou no tribunal, ao ser indagado por que se recusava a responder as perguntas. "Não tenho medo de vocês, tenho confiança em Alá."

Leia também: Bélgica se prepara para retorno de jihadistas

O local do julgamento, o Palácio da Justiça de Bruxelas, recebeu medidas de segurança máxima. Centenas de policiais armados cercam o local e diversos postos de verificação foram colocados nos caminhos que levam à corte.

Abdeslam se recusou a falar com os investigadores durante os dois anos em que esteve em custódia. Ele chegou a passar 20 meses em isolamento, sob vigilância de vídeo 24 horas por dia. O acusado, porém, insistiu em participar do julgamento em Bruxelas, onde três juízes avaliarão o caso durante quatro dias.

O Palácio da Justiça em Bruxelas, onde Abdeslam está sendo julgado, teve a segurança refoçada
O Palácio da Justiça em Bruxelas, onde Abdeslam está sendo julgado, teve a segurança refoçadaFoto: picture-alliance/AA/D. Aydemir

Apesar das esperanças de que Abdeslam pudesse finalmente romper o silêncio sobre o massacre de 2015 em Paris, ele se recusou a responder as perguntas e a se levantar quando o juiz leu as acusações contra ele. Ao contrário de quando foi preso, estava de barba e cabelos compridos.

"Esse deve permanecer um julgamento comum", disse o juiz Luc Hennart, que preside a corte. "Se houver o menor problema, vou ordenar a evacuação do tribunal", disse.

Abdeslam e o homem preso com ele, o tunisiano Sofiane Ayari, poderão ser condenados a até 40 anos de prisão. Abdeslam possui a nacionalidade francesa e vem de uma família com raízes marroquinas. Ele cresceu no distrito de Molenbeek, em Bruxelas, considerado um reduto de muçulmanos radicais.

Seu irmão, Ibrahim Abdeslam, é um dos terroristas de Paris. Ele se explodiu próximo a um café, matando um transeunte.

Salah Abdeslam foi preso em Molenbeek três dias depois de um tiroteio nos arredores de Bruxelas, após se tornar o criminoso mais procurado em toda a Europa durante os quatro meses em que esteve em fuga. Durante sua captura, três policiais ficaram feridos, e o jihadista argelino Mohamed Belkaid foi morto.

Os investigadores acreditam que a captura de Abdeslam levou membros de sua célula terrorista a realizar os ataques terroristas em Bruxelas, no dia 22 de março de 2016, quando 32 pessoas morreram em atentados ao aeroporto internacional da capital belga e a uma estação de metrô próximo à sede da União Europeia.

A mesma célula teria realizado os ataques em Paris no ano anterior, cuja autoria foi reivindicada pela "Estado Islâmico".

Ele é o último suspeito vivo de envolvimento nos ataques coordenados em Paris à casa de show Bataclan, cafés e bares numa zona movimentada da cidade e ao Estádio Nacional.

Abdeslam seria o motorista no atentado ocorrido durante uma partida de futebol entre França e Alemanha, onde teria tentado se desfazer de um colete com explosivos antes de fugir do local.

RC/rtr/afp/ap

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