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Berlim e Frankfurt superam limite de risco de contaminação

8 de outubro de 2020

Principais centros urbanos alemães vivem aumento dramático de casos de covid-19 e reimpõem restrições. Autoridades alertam que segunda onda da doença poderá ser mais grave do que a primeira.

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Após Berlim, Frankfurt, também ultrapassa limite de risco e impõe restrições para conter coronavírus
Após Berlim, Frankfurt, também ultrapassa limite de risco e impõe restrições para conter coronavírusFoto: Michael Probst/AP Photo/picture-alliance

Algumas das principais cidades da Alemanha vivenciam um aumento acentuado de casos de covid-19, com o ressurgimento da doença em todo o país em números alarmantes.

Berlim, Frankfurt e Bremen registraram mais de 50 infecções por 100 mil habitantes em um período de sete dias, que é o limite para que uma região seja considerada como zona de risco, o que poderá levar as autoridades locais a reforçar as medidas para conter a disseminação do coronavírus.

O aumento repentino dos casos da doença levou as autoridades de saúde a alertarem que a segunda onda da covid-19 poderá ser ainda mais grave do que a primeira, ocorrida no primeiro semestre deste ano.

A chanceler federal, Angela Merkel, disse nesta quinta-feira (08/10) que deseja evitar um a imposição de medidas de confinamento mais duras no país, como o pacote adotado no mês de março durante o início da pandemia. "Não quero que uma situação como aquela se repita", afirmou.

A medida levou a uma queda acentuada da atividade econômica e abriu caminho para o que a chanceler descreveu como uma "recessão historicamente grave". Merkel realizará nesta sexta-feira uma videoconferência com os prefeitos das onze maiores cidades alemãs – que são Hamburgo, Munique, Colônia, Düsseldorf, Essen, Dortmund, Leipzig, Stuttgart, além de Berlim, Frankfurt e Bremen – para discutir a situação.

O ministro alemão da Saúde, Jens Spahn, considerou alarmantes os dados atuais da doença, após o país registrar mais de 4 mil casos em 24 horas nesta quinta-feira. "Queremos evitar que os números aumentem exponencialmente", afirmou. Ele, porém, garantiu que o sistema de saúde do país tem capacidade para lidar com a situação atual.

No caso de Berlim, Spahn expressou preocupação com o fato de as taxas mais altas de infecção serem registradas em quatro bairros centrais da capital. Ele criticou o que chamou de "atitude ignorante para com a pandemia" por parte de alguns cidadãos, após registros de bares lotados e festas clandestinas em parques nos últimos meses, e elogiou o governo da cidade-estado por introduzir restrições mais rígidas à vida social e reuniões públicas.

Depois de Berlim, Frankfurt também adotou nesta quinta-feira uma série de restrições sobre a vida pública e econômica do centro financeiro do país. Os restaurantes e bares devem permanecer fechados entre as 23h e as 6h. Autoridades de Bremen confirmaram nesta quarta-feira que a cidade-estado no norte do país também superou o limite de risco de 50 infecções por 100 mil habitantes em 7 dias

Segundo dados do Instituto Robert Koch (RKI), agência governamental de controle e prevenção de doenças infecciosas, foram registradas 4.058 novas infecções nesta quinta-feira. Esse foi o maior número diário contabilizado desde o final de março e o início de abril, quando o país atingiu o pico de 6 mil infecções em apenas um dia.

O presidente do RKI, Lothar Wieler, alertou contra a expansão descontrolada do coronavírus na Alemanha. "É possível que tenhamos mais de 10 mil novos casos por dia e que o vírus se espalhe sem controle. A atual situação me preocupa muito, e não está claro como ela evoluirá nas próximas semanas", destacou. Ele pediu que os cidadãos se atenham às medidas de prevenção, como o uso de máscaras, o distanciamento social, e a lavagem frequente das mãos.

Desde o início da pandemia, a Alemanha soma mais de 310 mil casos e 9,5 mil mortes por covid-19, segundo a contagem do RKI. Os números são relativamente baixos, se comparados a outros países europeus.

RC/dpa/afp