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ConflitosIsrael

Biden apoia cessar-fogo entre Israel e Hamas

18 de maio de 2021

Pela primeira vez, presidente americano se posiciona a favor de trégua no conflito, mas reitera que governo israelense tem direito de se defender. EUA voltam a bloquear declaração de Conselho de Segurança da ONU.

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Joe Biden
Democratas pressionaram Biden para apoiar cessar-fogo entre Israel e HamasFoto: Drew Angerer/Getty Images

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressou nesta segunda-feira (18/05) apoio a um cessar-fogo para frear a escalada bélica entre israelenses e palestinos durante uma conversa por telefone com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, informou a Casa Branca.

Esta é a primeira vez que Biden se posiciona publicamente a favor de um cessar-fogo, após ter sido pressionado por integrantes do Partido Democrata e representantes de outros países para que exerça um papel mais ativo na crise no Oriente Médio. Até agora, o governo americano vinha evitando solicitar uma trégua no conflito e apenas oferecendo mediação no caso de negociações.

"O presidente expressou seu apoio a um cessar-fogo e falou sobre o compromisso dos EUA, Egito e outros aliados com essa finalidade", diz o comunicado da Casa Branca

Entretanto, o governante se limitou a apoiar um cessar-fogo e não pediu a Netanyahu, como haviam solicitado alguns democratas, entre eles 29 senadores, o fim imediato das hostilidades.

A Casa Branca não detalhou qual foi a resposta de Netanyahu à postura de Biden e se limitou a dizer que os líderes combinaram manter contato.

Bloqueio no Conselho de Segurança

Por outro lado, na ligação, Biden reiterou a posição que Washington manteve desde o início da atual crise, há oito dias. Concretamente, voltou a expressar "firme apoio" ao direito de Israel a se defender e condenou os ataques "indiscriminados" com foguetes do movimento islâmico palestino Hamas, que governa Gaza desde 2007.

Além disso, elogiou os "esforços" para enfrentar as tensões nas cidades israelenses onde palestinos e judeus vivem lado a lado, bem como para trazer calma a Jerusalém, onde jovens palestinos entraram em confronto durante semanas com forças israelenses na Cidade Velha, um dos desencadeadores da atual escalada.

Biden também encorajou Israel a fazer tudo o que esteja ao seu alcance para proteger civis inocentes.

Apesar do tom de preocupação da declaração da Casa Branca, os EUA bloquearam nesta segunda-feira, pela terceira vez, uma proposta de declaração do Conselho de Segurança das Nações Unidas pedindo o fim da violência.

Os EUA, maior aliado de Israel, acreditam que uma tal declaração da ONU não seria útil para desanuviar as tensões, uma vez que existem outras iniciativas diplomáticas em curso para parar os combates.

Confrontos continuam

O conflito entre Israel e o Hamas entrou na segunda semana, após um final de semana que culminou como o dia mais mortal do confronto. Na madrugada desta terça-feira, Israel voltou a realizar bombardeios na Faixa de Gaza. Os ataques aéreos derrubaram um prédio que abrigava uma biblioteca e instalações de uma universidade.

Pela primeira vez desde o início da escalada de violência, não houve relatos de mortes após os bombardeios. O conflito começou em 10 de maio, com o Hamas lançando foguetes contra Israel, após hostilidades em Jerusalém, e logo virou o mais intenso na região desde 2014. Já são ao menos 212 palestinos mortos em Gaza – incluindo 61 crianças – e dez israelenses.

Militares israelenses disseram que o Hamas disparou 90 foguetes na madrugada, sendo que 20 caíram em Gaza e outros 90% foram interceptados pelo sistema de defesa de Israel. Os militares afirmaram ainda que causaram danos pesados à infraestrutura do Hamas.

Os bombardeios derrubaram vários edifícios na região onde vivem 2 milhões de palestinos. Mais de 41 mil palestinos buscaram refúgio em escolas da ONU em Gaza. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 18 hospitais e clínicas em Gaza foram danificados nos ataques. Além disso, quase todos os medicamentos essenciais estariam em falta no território, num momento em que o sistema de saúde local já enfrentava dificuldades devido à pandemia de covid-19.

cn/as (AP, Efe, Lusa, Reuters, DW)