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Catástrofe

Bolívia culpa LaMia e piloto por acidente

21 de dezembro de 2016

Empresa aérea boliviana é responsabilizada por queda do voo da Chapecoense, juntamente com o comandante, que deveria se certificar de que combustível era suficiente. Autoridades da aviação enfrentam processos e punições.

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Acidente matou 71 pessoas, inclusive quase toda a delegação da equipe de futebol da Chapecoense
Acidente matou 71 pessoas, inclusive quase toda a delegação da equipe de futebol da ChapecoenseFoto: Reuters/M. Varley

As autoridades bolivianas atribuíram a culpa pelo acidente aéreo que tirou a vida de 71 pessoas, entre elas quase toda a delegação da Chapecoense, à empresa aérea boliviana Lamia, proprietária do avião, e ao piloto Miguel Quiroga, morto no desastre.

"O que aconteceu nesse trágico evento são de responsabilidade direta da empresa LaMia e do piloto", afirmou nesta quarta-feira (21/12) o ministro boliviano de Obras Públicas e Serviços, Milton Claros, ao apresentar os resultados de uma investigação realizada pelo governo.

Claros disse que seu ministério vai agir para punir servidores públicos responsáveis por "algumas omissões" que podem ter contribuído para o acidente. A funcionária da Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares (Aasana) Celia Castedo será processada pelo não cumprimento de suas funções. Outro funcionário responsável pela parte técnica também será punido por não ter advertido sobre os erros no plano de voo da aeronave da LaMia.

O governo lançou novas denúncias contra as autoridades máximas da Direção Geral de Aeronáutica Civil (DGAC), César Varela, e da Aasana, Tito Gandarillas, suspensos de seus cargos após o acidente no fim de novembro.

Gandarilla enfrenta um inquérito administrativo e é acusado de não cumprir com suas funções, enquanto Varela foi processado por "omissão de denúncia", por não ter informado sobre a relação entre o diretor-geral da LaMia, Gustavo Vargas Gamboa, e o ex-diretor do Registro Aeronáutico Nacional da DGAC, Gustavo Vargas Villegas, que são pai e filho.

Vargas Villegas enfrenta acusações de "delitos pelo não cumprimento de deveres, uso indevido de influência e negociações incompatíveis com o exercício do serviço público". Ele e o filho estão sob prisão preventiva.

As autoridades afirmaram que a LaMia conseguiu suas licenças e certificações de acordo com as regras, ainda que possa ter havido tráfico de influência, uma vez que o processo foi supervisionado por Vargas Villegas.

Tanto a tripulação quanto a aeronave estavam em dia com suas certificações. A responsabilidade sobre o combustível, porém, é do piloto, que deve verificar se a quantidade é suficiente para a autonomia de voo.

A falta de combustível é apontada como a provável causa do acidente com o avião da LaMia. A aeronave caiu pouco antes de chegar a seu destino final, a cidade de Medellín, na Colômbia.

RC/rtr/efe