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"Bolsonaro e Haddad ainda geram incertezas aos investidores"

Fernando Caulyt
9 de outubro de 2018

Presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha diz que candidatos devem apresentar suas propostas com profundidade e clareza. "Assim os cidadãos poderão fazer sua escolha não somente por exclusão."

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Para presidente da Câmara de Comércio Brasil-Alemanha, Bolsonaro (esq.) e Haddad deveriam apresentar propostas de forma mais objetiva e concreta
Para Wolfram Anders, Bolsonaro (esq.) e Haddad deveriam apresentar propostas de forma mais objetiva e concreta

Os dois presidenciáveis que vão disputar o segundo turno – Jair Bolsonaro e Fernando Haddad – ainda geram incertezas para os investidores estrangeiros, afirmou o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK), Wolfram Anders, em entrevista à DW nesta segunda-feira (08/10).

Ele disse que os empresários esperam que as propostas de cada um sejam apresentadas com mais profundidade e clareza, o que permitiria aos eleitores fazerem sua escolha mais bem informados.

"É necessário que as propostas sejam apresentadas de forma mais objetiva e concreta nesse período entre os dois turnos para que se possa compreender as intenções de cada um dos candidatos", declarou.

DW: Como você avalia o resultado do segundo turno da eleição presidencial?

Wolfram Anders: Acreditamos que o Brasil está muito polarizado, por isso este resultado no primeiro turno. Não se pode ainda declarar vitória de nenhum dos lados, mas esperar para que as propostas de cada um sejam apresentadas com mais profundidade e clareza. Assim os cidadãos poderão fazer sua escolha mais bem informados e não somente por exclusão.

O segundo turno então será a eleição da menor rejeição?

É possível que muitos brasileiros optem por votar nulo ou em branco, tendo em vista toda essa polarização. Mas seria mais interessante se cada brasileiro pudesse optar por um dos candidatos e, após o resultado, atuar ativamente na cobrança pelo que foi prometido durante a campanha vencedora.

Quais são as perspectivas para o Brasil e as empresas alemãs no país se Bolsonaro vencer? E se Haddad chegar à Presidência?

Ambos os candidatos ainda geram incertezas para os investidores estrangeiros. Não há uma forma de prever como esses investidores vão se comportar até termos efetivamente o resultado da eleição e as propostas dos candidatos discutidas com mais clareza. É necessário que as propostas sejam apresentadas de forma mais objetiva e concreta nesse período entre os dois turnos para que se possa compreender as intenções de cada um dos candidatos.

Em quais áreas o Brasil deve melhorar para se tornar mais competitivo?

Há seis sugestões de melhorias que a indústria alemã propõe em sua última Pesquisa de Conjuntura [entre elas estão o fechamento de um Acordo de Livre-Comércio entre a União Europeia e Mercosul e a retomada das negociações do acordo de bitributação entre Brasil e Alemanha].

Adicionalmente a elas, os executivos acreditam que as prioridades para o novo presidente devem ser as reformas da Previdência (100%), tributária (96%), política (86%) e a educação de base (91%). Também é muito importante que se crie novamente um país competitivo. Quando conseguirmos aumentar as exportações brasileiras, teremos mais portas abertas.

Nenhum dos dois programas parece deixar claro como melhorar a questão fiscal, que é considerada por muitos como um dos maiores problemas do país.

Eu já mencionei em outras entrevistas: as empresas brasileiras precisam de até 30 vezes mais funcionários para cuidar de questões tributárias se compararmos com empresas na Europa. Isso exemplifica a complexidade do sistema aqui no Brasil e as oportunidades que temos para aprimorá-lo.

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