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Bolsonaro põe militar na Casa Civil e Onyx na Cidadania

13 de fevereiro de 2020

Presidente confirma trocas no primeiro escalão e reforça presença militar no governo federal. Chefe da intervenção na segurança do Rio em 2018, general Braga Netto substituirá Onyx, que assume pasta de Osmar Terra.

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O general Walter Souza Braga Netto, em foto de março de 2018
Braga Netto é o atual chefe do Estado-Maior do Exército e comandou a intervenção federal na segurança pública do RioFoto: picture-alliance/AP Photo/L. Correa

O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira (13/02) a saída do ministro Onyx Lorenzoni da Casa Civil, que será agora chefiada pelo general do Exército Walter Souza Braga Netto. Onyx passará a comandar o Ministério da Cidadania, no lugar de Osmar Terra.

As trocas no primeiro escalão do governo, antecipadas pela imprensa brasileira na quarta-feira, foram confirmadas pelo presidente em rede social. Segundo ele, a cerimônia de transmissão dos cargos será realizada na próxima terça-feira, 18 de fevereiro, no Palácio do Planalto.

Na publicação, Bolsonaro ainda agradeceu a Osmar Terra "pelo trabalho e dedicação ao Brasil". Com a saída da pasta da Cidadania, ele deverá retomar seu mandato como deputado federal. O jornal Folha de S. Paulo publicou que Terra foi cotado para assumir uma embaixada, mas negou o convite.

Segundo a mídia brasileira, Braga Netto foi convidado por Bolsonaro para assumir a Casa Civil em janeiro, e teria resistido em aceitar a oferta. Antes, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, também teria sido sondado, mas recusou.

Braga Netto, de 62 anos, é o atual chefe do Estado-Maior do Exército. Antes comandante militar do Leste, ele foi alçado ao cargo após comandar a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro por dez meses em 2018, durante o mandato do ex-presidente Michel Temer. Também foi um dos responsáveis pela segurança durante os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.

Com a chegada de Braga Netto ao governo, confirma-se o terceiro militar a comandar um ministério abrigado no Palácio do Planalto, ao lado dos generais Augusto Heleno, do GSI, e Luiz Eduardo Ramos, que comanda a Secretaria de Governo.

Entre as demais pastas, outros nomes completam a lista de militares: o vice-presidente Hamilton Mourão e os ministros Bento Albuquerque (Minas e Energia), Fernando Azevedo (Defesa), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), Tarcísio Freitas (Infraestrutura) e Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União, CGU).

A Casa Civil é uma das pastas mais importantes, responsável por tratar das ações gerenciais do dia a dia do governo. O último militar a comandar o ministério foi Golbery do Couto e Silva, nos governos de Ernesto Geisel (1974-1979) e João Figueiredo (1979-1985), durante a ditadura militar.

Já a pasta da Cidadania é encarregada da área social do governo. O ministério gerencia programas como o Bolsa Família e tem sob seu leque a Secretaria Especial de Esporte, que substituiu o antigo Ministério do Esporte.

As mudanças no primeiro escalão do Planalto ocorrem apenas uma semana depois de Bolsonaro ter trocado o ministro do Desenvolvimento Regional. Gustavo Canuto foi substituído por Rogério Marinho, que era secretário de Previdência e Trabalho e articulou a reforma no sistema de aposentadoria aprovada no ano passado.

Em pouco mais de um ano de governo, Bolsonaro já fez uma série de trocas e cortes em seus ministérios.

O primeiro ministro a cair foi Gustavo Bebianno, da Secretaria-Geral da Presidência, em meio ao escândalo de candidaturas laranjas do PSL e a um confronto com Carlos Bolsonaro, filho do presidente. Bebianno foi substituído por Floriano Peixoto, que também acabou perdendo o cargo e sendo substituído por Jorge Oliveira.

Depois de Bebianno, foi a vez de Ricardo Vélez Rodríguez perder o comando do Ministério da Educação e ser substituído por Abraham Weintraub. Já o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, que estava à frente da Secretaria de Governo, foi demitido após pressão do vereador Carlos Bolsonaro. Em seu lugar, entrou Luiz Eduardo Ramos.

EK/ots

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