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Bolsonaro propõe campos para refugiados venezuelanos

24 de novembro de 2018

"Do jeito que fogem da fome e da ditadura, tem gente também que não queremos no Brasil", afirmou presidente eleito em cerimônia militar. Por outro lado, venezuelanos "não são mercadoria para serem devolvidos", disse.

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Presidente eleito Jair Bolsonaro (dir.) em cerimônia militar no Rio de Janeiro
Presidente eleito Jair Bolsonaro (dir.) em cerimônia militar no Rio de JaneiroFoto: Getty Images/AFP/R. Souza

O presidente eleito Jair Bolsonaro defendeu neste sábado (24/11) um controle rígido da entrada dos refugiados venezuelanos que chegam ao Brasil, afirmando que eles fogem de uma ditadura e que o país não pode deixá-los à própria sorte.

Como medida para tentar resolver o problema, ele sugeriu, durante cerimônia militar no Rio de Janeiro, a criação de campos de refugiados, "talvez, para atender aos venezuelanos que fogem da ditadura de seu país".

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Bolsonaro disse ter estado em Roraima duas vezes nos últimos quatro anos e que o estado não vai conseguir resolver a situação sozinho. Ele acusou o governo brasileiro de não se antecipar ao problema e defendeu um controle migratório mais firme dos venezuelanos, "porque do jeito que estão fugindo da fome e da ditadura, tem gente também que nós não queremos no Brasil".

O político de direita mostrou-se contrário à proposta do governador eleito de Roraima, Antonio Denarium (PSL), que cogita o fechamento da fronteira e a criação de um programa de devolução dos venezuelanos ao país de origem.

"Eles não são mercadoria nem objeto para serem devolvidos. Se tivesse um governo democrático há algum tempo, nós deveríamos tomar outras providências como, por exemplo, excluir a Venezuela do Mercosul. A Venezuela não pode ser tratada como país democrático."

Presidente eleito Jair Bolsonaro (dir.) em cerimônia militar no Rio de Janeiro
Presidente eleito Jair Bolsonaro (dir.) em cerimônia militar no Rio de JaneiroFoto: Getty Images/AFP/R. Souza

Médicos cubanos

O presidente eleito também mencionou a saída dos médicos cubanos do programa Mais Médicos. Segundo ele, o governo Temer está realizando uma seleção para contratação de novos médicos, a fim de ocupar as vagas deixadas pelos cubanos, e já há número suficiente de profissionais para preenchê-las.

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"Nós não podemos deixar as pessoas no Brasil num regime de semiescravidão, completamente ao arrepio da lei federal. Qualquer um de fora que trabalhe aqui tem que ser submetido às mesmas leis de vocês que estão aqui. Não pode confiscar salário, não pode afastar famílias. Temos muitos cubanos e cubanas que têm famílias lá em Cuba e já constituíram novas famílias aqui. Este projeto [Mais Médicos] destruiu famílias e nós não podemos admitir isso", declarou.

Bolsonaro falou à imprensa logo após participar da cerimônia de 73 anos de criação Brigada de Infantaria Paraquedista, na Vila Militar, zona oeste do Rio.

AV/abr/ots

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