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Brasil busca expandir vendas de frutas para Alemanha

Alexandre Schossler2 de fevereiro de 2006

A feira Fruit Logística, em Berlim, é oportunidade para o Brasil aumentar sua participação no maior mercado mundial de frutas, o da Alemanha, após um ano de queda no volume de exportações brasileiras.

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Manga e abacaxi estão entre os destaques brasileiros na feiraFoto: picture-alliance/ dpa/dpaweb

Mais de 40 expositores brasileiros participam de quinta-feira (02/02) até sábado, em Berlim, da Fruit Logística, a maior feira mundial do setor de frutas. No 300 metros quadrados do estande brasileiro, estão expostos mais de 15 tipos de frutas, entre uva, manga, abacaxi, maçã, caqui e banana.

A União Européia (UE) é o principal destino das frutas brasileiras e compra cerca de 70% do que o Brasil vende. A expectativa brasileira é repetir o resultado da feira do ano anterior e gerar 12 milhões de dólares em negócios.

A feira é a grande vitrine das frutas brasileiras, sendo responsável por boa parte dos negócios realizados ao longo do ano. Além disso, acontece na Alemanha, o maior consumidor de frutas brasileiras. "A Alemanha sempre é prioridade para o Brasil ", afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), Moacir Saraiva.

Num ano de Copa do Mundo na Alemanha, o objetivo do Ibraf, num trabalho com a Agência de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex), é aproveitar o natural interesse pelo Brasil para abrir mais espaço para o produto nacional, principalmente em caso de vitória da seleção.

Maior delegação vem do RN

"No segundo semestre, queremos atuar mais perto do consumidor alemão, por exemplo em parcerias com redes de supermercado, como o Aldi", disse Saraiva. A maior delegação brasileira em Berlim é do Rio Grande do Norte, de onde vieram a governadora, Vilma Maria de Faria, a prefeita de Mossoró, Maria de Fátima Rosado, além de secretários estaduais e municipais.

Segundo Saraiva, apesar de a Alemanha ser o maior consumidor de frutas brasileiras, não é possível saber ao certo qual a participação brasileira no mercado alemão. Isso porque grande parte das frutas e dos sucos processados que saem do Brasil passam por outros países europeus, principalmente Holanda e Bélgica, antes de entrar na Alemanha.

Oficialmente, os alemães respondem por apenas 4% das exportações brasileiras. Mas, na prática, segundo Saraiva, consomem entre 35% e 39% do que o país vende ao exterior. Mesmo assim, apenas 1% das frutas vendidas na Alemanha vêm do Brasil, ressalta o Ibraf. Segundo dados de 2003, os alemães compraram quatro milhões de toneladas de frutas frescas do exterior.

Valorização do real

Brasilianischer Stand auf der Fruit Logistica 2005
Estande do Brasil na Fruit Logística 2005Foto: Ibraf

As exportações brasileiras tiveram uma pequena queda de 2,43% no volume vendido em 2005, em relação ao ano anterior. Ainda assim, a receita subiu 19,3%, para 440 milhões de dólares, graças às vendas de produtos de maior valor agregado, como as uvas sem semente, cujas vendas foram responsáveis, sozinhas, pela entrada de 107 milhões de dólares na balança comercial brasileira em 2005. Para esse ano, segundo Saraiva, a meta do Ibraf é ultrapassar os 500 milhões de dólares em exportações.

De acordo com Saraiva, o setor vem sentindo os reflexos da valorização do real. Ele calculou que as mudanças no câmbio sejam responsáveis por perdas de rentabilidade entre 15% e 20%. "A nossa moeda está extremamente valorizada e isso afeta os produtores, ainda que não seja responsável pela quebra de ninguém", afirmou.

Saraiva também declarou que a estabilização da procura por frutas no mercado mundial e um provável aumento da oferta podem levar à redução no preço dos produtos, num futuro próximo.

Maior feira mundial do setor de frutas, a Fruit Logística reúne 1611 expositores vindos de 64 países e divididos em 12 pavilhões, por onde deverão circular cerca de 30 mil profissionais do setor, vindos de mais de cem países.