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Brasil tem primeiro caso de reinfecção pelo coronavírus

10 de dezembro de 2020

Médica do Rio Grande do Norte pegou covid-19 duas vezes, em junho e em outubro. Sequenciamento genético confirmou que mulher foi infectada por duas linhagens diferentes do vírus.

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Pessoas caminham em avenida usando máscaras
Intervalo entre as duas infecções da profissional da saúde foi de 116 dias Foto: Fabio Vieira/ZUMA Wire/Imago Images

Uma médica de 37 anos de Natal, que trabalha no Rio Grande do Norte e na Paraíba, é o primeiro caso confirmado no Brasil de pessoa que se reinfectou com o coronavírus após ter contraído e se curado da doença.

O Ministério da Saúde divulgou detalhes do caso nesta quinta-feira (10/12). A profissional da saúde pegou covid-19 pela primeira vez em junho, quando apresentou dor de cabeça, dor abdominal e coriza, e teve o diagnóstico confirmado por um exame RT-PCR feito em 23 de junho, na Paraíba. Ela ficou em isolamento social e se curou da doença.

Em 8 de setembro, a médica fez um novo RT-PCR, no Rio Grande do Norte, que deu negativo. Em 11 de outubro, ela voltou a sentir sintomas da doença, incluindo ausência de olfato e paladar, dor de cabeça, dor muscular e fraqueza. Dois dias depois, realizou um teste RT-PCR na Paraíba, que novamente deu positivo.

O caso chamou a atenção dos governos do Rio Grande do Norte e da Paraíba, e o material colhido da paciente nos dois exames que deram positivo foram enviados ao Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.

A Fiocruz realizou o sequenciamento genético dos vírus encontrados nas amostras e concluiu que eles pertenciam a linhagens diferentes. Portanto, não se tratava de uma recaída, mas sim de uma reinfecção.

Critérios para reinfecção

Há centenas de casos suspeitos de reinfecção no Brasil, mas este é o primeiro no qual foi possível confirmar que o paciente foi infectado duas vezes por vírus de linhagens diferentes. Apenas no Rio Grande do Norte, há outros cinco casos de possível reinfecção sob análise.

Segundo o protocolo do Ministério da Saúde, para que a reinfecção seja confirmada, deve haver dois exames RT-PCR positivos, o sequenciamento genético dos vírus encontrados nas amostras e um intervalo entre as duas infecções superior a 90 dias. No caso da médica de Natal, o intervalo foi de 116 dias.

Há diversas linhagens do coronavírus em circulação no Brasil que já foram sequenciadas geneticamente. Pesquisadores de todo o mundo ainda estão investigando por que algumas pessoas se reinfectam pelo coronavírus e outras não.

Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que o caso demonstra a importância de medidas de prevenção contra a covid-19, como o uso de máscaras, a higienização constante das mãos e o uso de álcool em gel. A pasta afirma que o governo "está buscando o mais rápido possível a vacina confiável, segura e aprovada pela Anvisa, para que todos os brasileiros que desejarem possam ser imunizados".

BL/ots