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Em direção ao Mundial

Alexandre Schossler26 de agosto de 2008

Brasileiros terão o apoio de empresas alemãs para organizar o Mundial de 2014. Investimentos em infra-estrutura podem chegar a 40 bilhões de euros. Hotéis, aeroportos, metrôs e segurança são áreas prioritárias.

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Trabalhos para 2014 já começaramFoto: DW/Wandscheer

O Brasil vai usar a experiência acumulada pela Alemanha durante a Copa do Mundo de 2006 para a organização do Mundial de 2014. O andamento dos preparativos brasileiros e a ajuda alemã foi um tema recorrente no Encontro Econômico Brasil-Alemanha, que se encerrou nesta terça-feira (26/08) em Colônia.

Adilson Primo
Adilson Primo, vice-presidente da AbdibFoto: DW/Wandscheer

Hotéis, aeroportos, metrôs e segurança estão entre os pontos em que o Brasil apresenta maior carência de investimentos, avalia Adilson Primo, vice-presidente da Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib). "Está previsto o apoio de empresas alemãs que têm experiência na área, como a Siemens."

Ele calcula que sejam necessários investimentos entre 35 bilhões e 40 bilhões de euros para deixar o país pronto para receber o Mundial. Na Copa 2006, a Alemanha investiu cerca de 10 bilhões de euros, segundo números apresentados pelo vice-presidente do Comitê Organizador do Mundial, Fedor Radmann, durante seminário sobre o assunto.

Cronograma

"A maior parte do dinheiro virá de empresas privadas, tanto brasileiras como estrangeiras, incluindo, é claro, alemãs", afirmou Primo. Uma das empresas que manifestou interesse em investir no Brasil é a operadora de aeroportos Fraport, de Frankfurt. "Estamos extremamente interessados, e não apenas por causa de 2014, mas também visando a candidatura aos Jogos Olímpicos de 2016", disse a diretora executiva Gudrun Teloeken.

De acordo com Primo, a Abdib está fazendo um levantamento das carências brasileiras em infra-estrutura, tanto no nível nacional como nas cidades candidatas a sediar o evento. O objetivo é encerrar essa fase preliminar no final deste ano.

Em março de 2009 serão escolhidas as cidades-sedes e em 2013, um ano antes da Copa do Mundo, o Brasil sediará a Copa das Confederações. "Na verdade, temos quatro anos para organizar tudo. O tempo joga contra nós", afirmou Primo.

Segurança

Fedor Hartmann
Fedor Hartmann, do Comitê Organizador da Copa 2006Foto: DW/Wandscheer

A preocupação com a segurança foi destacada pelo vice-presidente para Grandes Eventos da Siemens, Jan Schöning, durante sua participação no seminário. Ele lembrou que o tema engloba não apenas a prevenção, mas também a rápida reação das autoridades. "Caso ocorra algo, deve haver uma reação do governo adequada, rápida e profissional."

"Podemos fazer uma excelente organização, investir muito em infra-estrutura e estádios, mas se houver um grande problema de segurança deve haver uma reação adequada para não colocar fora todo o trabalho realizado e os investimentos feitos", afirmou.

Schöning, que trabalhou na organização da Copa 2006, falou ainda de problemas em outros setores. "Nenhum estádio brasileiro atende aos padrões da Fifa e há uma grande carência de hotéis." Ele lembrou que o Brasil precisa estar preparado para receber um grande número de turistas, que desejarão acompanhar as seleções nacionais. Isso significa investimentos nas cidades (como placas de trânsito em inglês e treinamento de pessoal) e em aeroportos.

Encerramento

Um vídeo apresentando o Espírito Santo, com destaque para Vitória, encerrou o evento. O governador Paulo Hartung e o vice-prefeito de Vitória, Sebastião Balarini, estiveram presentes. A capital capixaba sediará a 27ª edição do Encontro Econômico Brasil-Alemanha, em setembro de 2009.

"O próximo encontro será o melhor de todos", afirmou Hartung, que aproveitou seu discurso para fazer um pedido curioso: trocar a data do evento. "É ano de eleição na Alemanha", justificou, afirmando que talvez haja dificuldades para trazer políticos alemães ao Brasil.
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