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Brasileiros percorrem 420 km para votar na Alemanha

Fernanda Pugliero
25 de outubro de 2018

Viagem de Freiburg até Munique, onde fica a seção eleitoral, dura cinco horas e custa mais de 200 reais em ônibus fretado.

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Deutschland Brasilianer fahren zur Wahl nach München
Foto: Conselho de Cidadãos Brasileiros de Freiburg e Südbaden

Um grupo de eleitores de Freiburg abrirá mão de dormir até mais tarde no domingo de eleição (28/10) para percorrer, mais uma vez, os 420 quilômetros que os separam da seção eleitoral de votação, em Munique, cidade no estado vizinho.

No primeiro turno (7/10), os 32 passageiros – destes, 27 mulheres —, saíram por volta das 7h de um ponto de encontro no centro da cidade, localizada em Baden-Württemberg, no sul da Alemanha, a cerca de 60 quilômetros da fronteira com a Suíça.

No próximo domingo, entretanto, o grupo será menor: apenas 22 confirmaram a viagem, organizada pelo Conselho de Cidadãos Brasileiros de Freiburg e Südbaden. Por conta disso, o ônibus que será alugado para percorrer cinco horas de jornada também será menor.

Para chegar até o local de votação, cada eleitor desembolsou 40 euros, o equivalente a cerca de 170 reais. No segundo turno, no entanto, o assento no ônibus saiu mais caro, já que menos pessoas aderiram. Para ir até Munique votar, cada passageiro pagou 50 euros pelo aluguel do veículo – pouco mais de 200 reais. "Compensa muito, em comparação a viajar com carro privado ou de trem", aponta Karina Ferrari, secretária do Conselho e responsável pela organização do transporte, referindo-se ao valor da passagem.

Mesmo morando há seis anos no país, Karina ainda não conseguiu transferir o título eleitoral e, por esse motivo, não participou da viagem. "A maioria das pessoas que estavam no ônibus está lutando por um ideal”, opina. Ela salienta o esforço da comunidade brasileira para votar mesmo morando no exterior e tão afastados da seção eleitoral. "Precisa estar munido do desejo de votar, tamanho o empenho. No retorno de Freiburg, eles enfrentaram não cinco, mas sete horas de estrada, pois houve engarrafamento", complementa.

Para amenizar as dez horas de estrada – no caso do primeiro turno, 12 –, após se dirigirem ao local de votação em Munique, os eleitores têm 3 horas livres para passear pelo centro da capital da Baviera antes de retornarem para casa. Por causa da grande quantidade de eleitores no Sul da Alemanha, onde 8.570 brasileiros estão cadastrados para votar, o consulado aluga um espaço no Instituto Goethe, onde instala as 13 urnas eletrônicas utilizadas para a eleição.

O número de eleitores em Munique ultrapassa a soma de Berlim e Hamburgo, onde pouco mais de 7 mil votam. Além das três cidades, os brasileiros cadastrados para votar (o registro é feito até maio e somente quem vive há mais de 1 ano na Alemanha pode solicitar a transferência do título) têm ainda como opção seções em Colônia, no Oeste do país, e em Frankfurt, na região central. A seleção das seções de votação é feita pela embaixada, quando do pedido de transferência do título. Geralmente, a abstenção é elevada - na primeia rodada, atingiu, em média, 64%, sendo que Frankfurt foi o local de votação com maior registro de abstenção: 78%.

Mesmo no primeiro turno, quando se elegeram governadores, senadores e deputados, os eleitores brasileiros cadastrados no exterior votam apenas para presidente. Na Alemanha, 24.057 eleitores estão aptos a votar - mas apenas 8.795 compareceram às urnas no primeiro turno.

Em Munique, quem saiu na frente foi Jair Bolsonaro (PSL), com 1.358 votos (40,12%). Ciro Gomes (PDT) obteve 686 (20,27%) e Fernando Haddad (PT), 476 (14,06%). O encerramento das urnas na Alemanha ocorre também às 17h do horário local, ou seja, às 13h no horário de Brasília.

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