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Brasileiros são terceiros na lista de candidatos para colonizar Marte

Janara Nicoletti24 de agosto de 2013

Cerca de 160 mil voluntários se dispuseram a ir para Marte. Brasil é o terceiro em número de interessados. Outros já compraram pacotes turísticos para ir ao espaço. Lista inclui celebridades e brasileiros anônimos.

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Foto: ESA/DLR/FU Berlin (G. Neukum)

Embarcar em uma viagem sem volta para Marte é o sonho de pelo menos 165 mil pessoas, de 140 países. Os brasileiros são os terceiro da lista atrás dessa aventura: 8.686 se inscreveram no projeto Mars One, que pretende iniciar a colonização do planeta vermelho a partir de 2023.

Os norte-americanos e chineses lideram o raking, com 37.852 e 13.124 interessados, respectivamente. O número pode aumentar até 31 de agosto, data limite de inscrição. Na proposta, uma viagem sem volta, com direito a explorar um lugar ainda não visitado por humanos.

A lista de afazeres pouco atraente no caminho para Marte parece não intimidar os candidatos. Ela incluiu passar sete meses dentro de uma espaçonave estreita, com três horas diárias de exercícios para manter o tônus muscular. Como alimentação, apenas produtos liofilizados e enlatados. O banho se resume a uma toalha úmida. Deixar para trás a família e o planeta de origem para nunca mais voltar não assusta o brasiliense Felipe Figueiredo Menezes. "É uma nova chance para recomeçar".

Felipe Figueiredo Menezes
Felipe Figueiredo Menezes sempre sonhou ser astronautaFoto: Felipe Figueiredo Menezes

Quando soube do projeto, o fotógrafo de 21 anos foi para o computador, respondeu todas as perguntas do questionário e gravou um vídeo com até 70 segundos, como solicitado. Ele vê chances de colaborar com a humanidade, desenvolver novas tecnologias e construir novas formas de existência.

"Se eu for selecionado, vou ter que me comprometer mil por cento, mas as chances são pequenas, há muitos inscritos. Dá medo, mas acho que vou me adaptar. Sou uma pessoa que se relaciona fácil com os outros e também não sou tão apegado à família, apenas aos meus pais e irmã", disse Menezes à DW Brasil. Ele queria astronauta, desde pequeno assistia a filmes e se interessava pelo tema. Mas precisou mudar de rumo e optou por outra profissão.

Turismo exclusivo

O mesmo aconteceu com Marcos Palhares, sócio de uma das três agências brasileiras credenciadas para vender pacotes turísticos da Virgin Galactic. A empresa norte-americana oferece um passeio de cerca de três horas de duração para ver a Terra sob a mesma perspectiva que apenas os astronautas puderam vislumbrar. Eles viajarão em um foguete que chega a 3500 km/h.

Marcos Palhares
Marcos Palhares está na lista dos turistas espaciais da Virgin GalacticFoto: Marcos Palhares

Cerca de 760 pessoas no mundo já pagaram 200 mil dólares por essa viagem, que deve começar a ser feita nos próximos dois anos. Atualmente, o ticket custa 250 mil dólares. Celebridades como Brad Pitt e Angelina Jolie já reservaram assento.

Palhares é o 462º da fila. Ele acredita que deve embarcar no voo de número 77. Com ele, outros cinco brasileiros já garantiram um lugar. São pessoas anônimas, com bom poder aquisitivo. "Os brasileiros que investem nesta viagem, em geral, são homens solteiros que queriam ser astronautas desde a juventude", fala sobre o perfil dos interessados. "Eu me organizei financeiramente para conseguir realizar este meu objetivo de vida. A tecnologia aeroespacial pode contribuir muito para o futuro", comenta.

Outro turista espacial brasileiro é o estudante de engenharia elétrica da Universidade de Brasília, Pedro Henrique Dória Nehme. O jovem de 21 anos ganhou um concurso de uma companhia aérea holandesa. Os candidatos tinham que responder qual altura um balão de gás hélio atinge. Como prêmio, o estudante ganhou uma passagem para ver a Terra do espaço e a oportunidade para aprimorar seus conhecimentos na área espacial.

Em 2012, ele estudou nos Estados Unidos e estagiou na Nasa. Hoje ele é estagiário da Agência Espacial Brasileira, AEB. A viagem será em 2015, pela Space Expedition, uma empresa privada. Até lá, Nehme participará de treinamentos. "Ser um dos precursores do turismo espacial é talvez sentir, ainda que em menor escala, a sensação que os primeiros astronautas tiveram, quando orbitar a Terra era um grande desafio", destaca o estudante.

Pedro Nehme
Pedro Henrique Dória Nehme pretende seguir carreira na área espacialFoto: Pedro Henrique Dória Nehme

Assim como o estudante brasiliense, os futuros turistas e colonizadores espaciais buscam uma experiência única, que poucas pessoas tiveram oportunidade de viver: conhecer o espaço e ver a Terra de um jeito único.