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Sucessão no Reino Unido

24 de junho de 2007

Após sua proclamação no congresso extraordinário em Manchester, ministro das Finanças Gordon Brown recebe de Tony Blair a presidência do Partido Trabalhista britânico e prepara-se para assumir chefia do governo.

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Futuro premiê Brown recebe os cumprimentos de BlairFoto: AP

Depois de 13 anos na presidência do Partido Trabalhista britânico, Tony Blair entregou o cargo neste domingo (24/06) ao seu ministro das Finanças, Gordon Brown. Candidato único, ele foi proclamado no cargo durante o congresso extraordinário do partido, em Manchester.

No tradicional aperto de mãos após a entrega do cargo, Blair salientou que o partido "conseguiu uma transição estável e organizada". O congresso em Manchester foi apenas a primeira parte da sucessão no Reino Unido: na quarta-feira, seguindo a tradição britânica, o novo presidente do Partido Trabalhista também assumirá o posto de primeiro-ministro.

Com o fim da era Blair, acabam também para Brown, que desde 1997 era ministro das Finanças, as zombarias de que é o "príncipe da Downing Street", numa alusão ao longo tempo que teve de esperar até que se mudasse para o endereço onde moram os premiês britânicos.

Escocês de princípios

Großbritannien Gordon Brown
Ministro das Finanças desde 1997, Brown chega à liderança do partidoFoto: AP

James Gordon Brown, nascido em Glasgow em 20 de fevereiro de 1951, filho de um pastor presbiteriano, é um trabalhador compulsivo e homem de princípios. Sua orientação política lhe é dada por um "compasso moral interior", afirma o político de 56 anos.

Já aos 16 anos de idade, era líder estudantil na Universidade de Edimburgo, onde estudou História e Ciências Políticas. Aos 21 anos, tornou-se reitor da universidade, posto em que permaneceu até 1975. Antes de trabalhar como jornalista numa televisão escocesa, foi professor universitário. Sua carreira política começou em 1983, quando foi eleito deputado na Câmara dos Comuns.

Suas aptidões financeiras, associadas à consciência social, lhe valeram o reconhecimento no Partido Trabalhista. Apenas uma coisa lhe faltou na carreira política: carisma. Por isso, os correligionários optaram por Tony Blair para ser "caçador de votos". Em 1994, Brown deixou que Blair assumisse a presidência do partido, mas com a promessa de que algum dia chegaria à liderança.

Brown, que é cego do olho esquerdo em conseqüência de um acidente enquanto jogava rugby na universidade, é casado com Sarah Macaulay e tem dois filhos.

"Lealdade absoluta"

Gordon Brown ist Vorsitzender der Labour-Partei, hier mit Frau Sarah
Brown e a esposa, SarahFoto: AP

Blair e Brown nunca esconderam o fato de que sua relação sempre foi difícil. Mesmo assim, Blair assegurou a Brown "lealdade absoluta" na última reunião ministerial, semana passada. Às vésperas da troca de poder, entretanto, um artigo do jornal Independent põe lenha na fogueira.

Baseando-se em um documento confidencial, a edição dominical do jornal escreve que, após a eleição parlamentar de 2005, Blair teria tido a intenção de demitir Brown. O gabinete de Blair não quis comentar a reportagem.

Na próxima quarta-feira, Brown assume a chefia do governo. Segundo a legislação britânica, não são necessárias novas eleições quando o chefe de partido é substituído após ter cumprido metade da legislatura. As próximas eleições serão em 2009 ou 2010.

E os presságios são positivos: pela primeira vez em oito meses, o Partido Trabalhista superou o principal adversário nas pesquisas de intenção de voto. Segundo o jornal Observer deste domingo, os trabalhistas têm a aprovação de 39% dos eleitores, contra 36% que votariam nos conservadores. (sams/rw)